Cotidiano

Corpo de brasileiro morto por venezuelano é enterrado sob aplausos

Todo o trajeto, desde a saída da residência da vítima até o cemitério, foi acompanhado de perto pela Polícia Militar

O corpo de Manoel Siqueira de Sousa, de 35 anos, foi enterrado agora a pouco no Cemitério Parque Campo da Saudade, localizado no bairro Centenário. Ele foi uma das vítimas de um conflito ocorrido na noite da quinta-feira, 6, envolvendo brasileiros e venezuelanos, no bairro Jardim Floresta.

O hino nacional foi cantado do trajeto do corpo até a sepultura onde foi enterrado. A comoção era evidente nos olhos de amigos e parentes, já que o ele era uma pessoa muito conhecida no bairro.

A reportagem também apurou que a Polícia Militar (PM) está fazendo o acompanhamento do enterro, uma vez que recebeu a informação da realização de um manifesto em frente ao abrigo para refugiados do bairro.

REPATRIAMENTO NÃO DARÁ GARANTIAS DE ACOLHIMENTO, RESSALTA COORDENADORA DO CMDH

De acordo com a coordenadora do Centro de Migração e Direitos Humanos (CMDH) da Diocese de Roraima, Irmã Telma Lage, o processo de repatriamento realizado na manhã deste sábado, 8, pelo Consulado da Venezuela não dará as garantias de acolhimento aos imigrantes que estavam acampados no entorno do abrigo do bairro Jardim Floresta.

Dos 312 imigrantes que estavam no local, 88 optaram por voltar para a Venezuela. O transporte dessas pessoas, segundo a coordenadora do CMDH, foi realizado por um ônibus da Igreja Cristã Nazaré de Caracas, que concluiria o trajeto até a fronteira de Pacaraima.

“De lá, eles atravessariam a fronteira até a cidade de Santa Elena de Uairén, onde outro ônibus já estaria esperando por eles. Isso nos soa estranho e é por isso que acreditamos que essas pessoas não terão a garantia de acolhimento na Venezuela”, completou.

Ainda segundo irmã Telma, outros 40 imigrantes decidiram migrar do Jardim Floresta para a Rodoviária Internacional de Boa Vista, localizada no bairro 13 de Setembro, por medo de permanecerem no local. Outros venezuelanos estariam abrigos em lugares cedidos pela própria diocese.

Outras informações você confere a qualquer momento pela FolhaWeb e a matéria completo na Folha Impressa de segunda-feira, 10.

Colaborou a repórter Paola Carvalho.