A morte de um empresário dentro de uma clínica, após fazer um procedimento conhecido como Peeling de Fenol no início de junho, em São Paulo, gerou um questionamento nacional sobre os riscos de procedimentos estéticos. Por conta do caso e sem a comprovação de que o fenol é seguro e eficaz para procedimentos de saúde ou estéticos no geral, a Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa) públicou na manhã de hoje, 25, a Resolução Nº 2.384, que proíbe a venda e uso do produto no país.
A medida cautelar da Anvisa, tem o objetivo de zelar pela saúde e integridade física da população brasileira, uma vez que, até a presente data, não foram apresentados à Agência estudos que comprovem a eficácia e a segurança do produto fenol para uso em tais procedimentos.
Está proibida a importação, a fabricação, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de produtos à base de fenol em procedimentos de saúde em geral ou estéticos. A determinação ficará vigente enquanto são conduzidas as investigações sobre os potenciais danos associados ao uso desta substância química, que vem sendo utilizada em diversos procedimentos invasivos.
Especialista explica sobre os riscos do peeling de fenol
Em entrevista à FolhaBV, a cirurgiã dentista, Lindalva Lima (CRO-RR1360), explica sobre o que pode causar riscos aos pacientes em um procedimento com Peeling de Fenol.
Lindalva Lima, explica que algumas patologias são mais propensas a risco do que outras. Por isso, o procedimento deve ter algumas consultas médicas para que o profissional saiba o quadro do paciente.
“O paciente não pode ter problemas cardíacos, hepáticos relacionados ao fígado, problemas de rins. O fenol vai agir na corrente sanguínea, por isso pode acabar ocasionando ritmia cardíaca”, explica a cirurgiã dentista.
Outra especificação é a de que o procedimento só poderia ser feito em consultórios se fosse em pequenas partes do rosto. Caso fosse no rosto completo teria que ser realizado em um centro cirúrgico.
“O profissional tem que estar habilitado para isso, ele tem que ter cursos profissionalizantes e certificação até para ter o produto. E infelizmente a gente sabe que tem gente que pega de forma clandestina”, enfatiza Lindalva.