Cotidiano

Você na Folha discute divisão social

Qual sua opinião sobre a construção de muros nas fronteiras?

Com o fim da Guerra Fria, cientistas políticos embarcaram na ideia de que os muros que separavam países iriam cair um a um. Mas não foi o que aconteceu. Nunca na história moderna tantos muros foram construídos nas fronteiras. Eram 15 em 1991. Agora são mais de 70. A equipe da Folha foi às ruas para saber a opinião da população. Quais fatores acredita que contribuíram para essa divisão social?

Lucas Morais, 18 anos, estudante:

“Acho que isso tem a ver com o regime de cada país. Podemos ver que cada nação quer se manter intacta quanto à cultura ou espaço territorial. Acredito que nós, seres humanos, possuímos uma individualidade que não é de agora, sempre existiu. Quando se constroem muros, significa que esses regimes querem se manter intactos. Acredito também que as nações possuem medo de conflitos que podem ser gerados por fatores como a imigração”.

Miguel Alvarenga, 22 anos, estudante:

“Com o fim da Guerra Fria, a globalização estava no auge, no entanto, não se sabe o que houve com o mundo. Os países geralmente passam por fases, algumas vezes tende a ser mais liberal e outras vezes nem tanta. Como é o caso dos Estados Unidos, que é um dos países mais desenvolvidos do mundo, que antes não era tão burocrático, mas agora tem se colocado em posição de oposição com relação à imigração. Acontece que cada país tem se dedicado a resolver os problemas internos do Estado e, com isso, a divisão só tem a aumentar”.

Barbara Cristina, 25 anos, estudante:

“Existem vários fatores, um deles é a questão do terrorismo, da violência e até mesmo da imigração, que causa problemas em qualquer território. Acredito que cada país tem um motivo diferente para construir muros nas fronteiras. Aqui no Brasil estamos vendo de perto quantos problemas são gerados devido à imigração demasiada. O medo de que a imigração desestabilize o país nas áreas da saúde, educação, empregabilidade é muito grande. Existem vários fatores, que apenas um país que passa pelos mesmos problemas seria capaz de entender a construção desses muros”.

Taísa Magalhães, 18 anos, estudante:

“Eu estudo Psicologia e acredito que as pessoas se dividiram não só fisicamente, mas também psicologicamente, principalmente por medo uma das outras. Esses muros não são apenas físicos, são também invisíveis. Geralmente analiso a forma que os brasileiros tratam os imigrantes, entendo que haja medo. No entanto, não podemos esquecer que nem todos somos iguais. Sempre haverá exceções”.

Saimon Martins, 26 anos, servidor federal:

“Na minha opinião, as construções desses muros são fruto da desordem que um país pode ter ao receber todo tipo de pessoas em seus territórios. Para evitar que haja um aumento na marginalização, aumento na falta de educação, a desestabilidade na saúde, entre outros fatores, certos países acabam tendo essa iniciativa. Muitas das vezes os muros são construídos para que não haja alteração na qualidade de vida dos que habitam certo território ou até mesmo no intuito de que a cultura daquele Estado não seja alterada”.

Veronica Carreira, 37 anos, técnica administrativa:

“Acredito que as pessoas estão tentando se proteger, tanto a economia, quanto o território. Creio que o intuito maior é proteger toda a estabilidade daquele país. Geralmente as pessoas que não trabalham, não possuem educação, ou estão em um país sem oportunidade, procuram outros lugares para sobreviver. Consequentemente isso ameaça a economia de muitos países, para, além disso, existe o fato de certos líderes não aceitarem a mistura dos povos. Muitas das vezes o conflito cultural está no meio disso tudo”.