Desde fevereiro, o Exército Brasileiro tem realizado a Operação Controle nas faixas de fronteira dos municípios de Pacaraima, Bonfim e Normandia. Com tropas da 1ª Brigada de Infantaria de Selva (1ª BdaInfSl), o objetivo é fiscalizar contrabando nas regiões fronteiriças e também contribuir com a Operação Acolhida na orientação de imigrantes venezuelanos que atravessam a fronteira.
Após o decreto do presidente Michel Temer da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em Roraima, as atividades foram intensificadas com a ação de 402 militares trabalhando em postos de bloqueio e controle de estradas. Os postos estão distribuídos pela BR-174 e também na BR-401.
Segundo apontou o comandante da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, general Gustavo Dutra, a operação tem sido feita atualmente com a vistoria em todos os táxis, ônibus e vans que passam pelas rodovias. Os carros particulares são vistoriados de forma aleatória para não sobrecarregar o tráfego e também pela grande quantidade de veículos que impossibilita que sejam parados todos.
Mesmo com a ampliação das atividades dentro dos abrigos de imigrantes, as ações de fiscalização irão continuar normalmente nas estradas.
“Entendemos que [atualmente] é muito mais importante a área dos abrigos do que a rodovia. Nós temos o posto de bloqueio em Pacaraima que funciona 24h, já tem ordenamento de fronteira, vai continuar tendo os postos, mas vamos direcionar mais tropas para as regiões dos abrigos”, afirmou.
O general prosseguiu dizendo que as ações do posto de bloqueio de Pacaraima foram interrompidas somente em dois momentos, quando houve o fechamento de fronteira e quando teve a manifestação no município contra os venezuelanos. “Eu usei a tropa para ficar na minha mão caso tivesse um agravamento da situação”, contou.
Durante a Operação, já foram apreendidos em torno de 16.754 litros de combustíveis contrabandeado, 24.100 unidades de materiais como roupas e outros tipos de materiais de descaminho, seis veículos, 20 gramas de ouro e 5,7 quilos de maconha.
“A maior quantidade de apreensão nas rodovias é de combustível, que agora com a nossa presença nas estradas, diminuiu. São coisas de materiais plásticos, roupas e alho”, relatou o general.
Conforme Dutra, Roraima não é um lugar de rota de narcotráfico e contrabando de armas, tem, sim, a apreensão de drogas e armas, mas em quantidade pequena e geralmente oriunda de Manaus.
“Revólver e pistola já apreendemos, mas é pouca coisa, nada de carregamentos de armas, por isso que nunca viu um crime aqui por um fuzil”, prosseguiu.
Depois da apreensão feita pelos militares, os materiais são entregues para a Receita Federal tomar as devidas providências. Quando o contrabando é de roupas, a 1ª Brigada entrega para o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) doarem para os imigrantes. (A.P.L)