O município de Boa Vista é o único em todo o Estado que não atingiu a meta de vacinação contra poliomielite e sarampo. Todos os demais municípios, inclusive Alto Alegre e Mucajaí que estavam com índices baixos junto com a Capital, conseguiram aumentar seus percentuais até o encerramento da campanha nacional ontem, 14.
Boa Vista cumpriu apenas 71,63% da vacinação contra pólio, com 16.768 de doses aplicadas. Os municípios de Amajari, Bonfim, Cantá, Caracaraí, Caroebe, Iracema, Mucajaí, Normandia, Pacaraima, Rorainópolis e São João da Baliza todos tiveram índice igual ou superior a 100%. Os municípios de Alto Alegre (98%), São Luiz (96%) e Uiramutã (99%) ficaram um pouco abaixo dos 100%, mas ainda assim acima da faixa recomendada pelo Ministério da Saúde (MS).
SARAMPO – Já contra sarampo, a cobertura vacinal de Boa Vista foi de 72,57% com 16.989 doses aplicadas. Nas demais localidades, o índice foi similar à cobertura da pólio, novamente com os municípios de Amajari, Bonfim, Cantá, Caracaraí, Caroebe, Iracema, Mucajaí, Normandia, Pacaraima, Rorainópolis e São João da Baliza com índice igual ou superior a 100%. Alto Alegre, São Luiz e Uiramutã registraram o mesmo índice de cobertura que da poliomielite, igual ou acima dos 96%.
As informações foram repassadas pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), com base no relatório do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS) do MS até quinta-feira, 13, um dia antes do encerramento da campanha nacional.
Ou seja, pode ser que o percentual de Boa Vista possa subir, considerando que a gestão municipal tinha até ontem para inserir as informações no sistema. A Folha procurou a Prefeitura de Boa Vista para esclarecer estas informações, no entanto, não obteve retorno até o fechamento da matéria.
ESTADO – Considerando que Boa Vista concentra o maior número de habitantes de Roraima, o baixo índice registrado na Capital também influenciou a média estadual. Em Roraima, foram 34.950 doses aplicadas contra poliomielite, correspondendo a um índice de 85,95%. Já contra o sarampo, foram 35.146 doses aplicadas, o que resultou em uma cobertura vacinal de 86,43%. Ambos não atingindo a meta de 95%, recomendada pelo Governo Federal.
Vacina é essencial para prevenção de doenças
A diretora do Departamento de Vigilância Epidemiológica da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde (CGVS), Luciana Grisoto, recomenda que, mesmo com o fim da campanha, a população continue a procurar as unidades de saúde, principalmente por conta dos índices de sarampo no Estado.
“Já demos uma melhorada com vacinação e ações estratégicas, mas não conseguimos eliminar o surto. A gente pede que as crianças pequenas, que são mais suscetíveis e com o maior número de notificações, sejam vacinadas”, frisou.
Luciana ressaltou que a campanha da poliomielite é voltada para crianças de um ano a menor de cinco anos. A vacina contra sarampo tem uma faixa etária diferenciada, por conta das condições da região. No Estado, o público-alvo da campanha contra sarampo é de crianças de seis meses a menores de 14 anos, além das pessoas que eventualmente não tenham ainda recebido a dosagem contra a doença.
A diretora lembra ainda que as duas doenças são graves, podendo causar sequelas e até o óbito, principalmente se o paciente tiver alguma outra doença, tiver problemas de nutrição ou esteja com baixa no sistema imunológico.
“É importante sempre ir quando tem campanha, os pais levarem as crianças para levar a carteirinha para que o profissional de saúde possa analisar. A vacina é importante porque a gente previne a doença, ao invés de tratar. Assim a gente impede a transmissão e surto de doenças e impede que outras, como a pólio, voltem a circular aqui no país”, completou. (P.C.)