Cotidiano

Vândalos fazem pichação no Tepequém

Moradores da região denunciam que não há fiscalização em um dos principais pontos turísticos do Estado

Vândalos voltam a pichar patrimônios históricos de Roraima. O ataque mais recente ocorreu no final de semana na Serra do Tepequém, um dos principais pontos turísticos do Estado, no Município do Amajari, a 210 quilômetros da Capital no sentido Norte da BR-174. Os infratores picharam as pedras, as placas de sinalização e a mureta que fica na entrada da região das cachoeiras.
A superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Mônica Padilha, lamentou o vandalismo. Ela detalhou que as pichações mais recentes foram feitas nas pedras da corredeira do Barata. “Após ser comunicada, fui ao Tepequém, ontem [anteontem], e constatei o vandalismo. Também há pichações na entrada da serra, nas placas, mureta e pedras. O que percebemos é que naquela região o poder público é ausente. Não há fiscalização”, reclamou.
Moradores da região estão revoltados e cobram do poder público uma fiscalização mais rigorosa. Mônica informou que a limpeza das pichações na Serra do Tepequém deve ser feita pela Prefeitura do Amajari. A Folha tentou contato telefônico, ontem à tarde, com a prefeitura, mas não obteve êxito até o encerramento da matéria, às 18h20.
A superintendente informou que o responsável pelas pichações pode responder por crime contra o meio ambiente e por vandalismo ao patrimônio histórico, podendo até ser preso. “É um desrespeito, uma falta de educação com a história de um povo”, lamentou.
Mônica lembrou que o vandalismo contra o patrimônio histórico já ocorre há algum tempo. Como exemplo, lembrou a Pedra Pintada, um dos principais sítios arqueológicos do Estado, no Município de Pacaraima, Norte do Estado. “Escreveram nomes de candidatos em cima de pinturas rupestres, o que demonstra um total desrespeito e falta de educação com o patrimônio público, que conta a história de um povo”, observou.
Nem na Capital os monumentos históricos escapam da ação dos vândalos. O Monumento ao Garimpeiro, no Centro, já foi pichado várias vezes. Ainda no Centro, a Igreja Matriz, outro patrimônio histórico de Roraima, também foi alvo de vândalos.
Para conscientizar a população sobre a importância da preservação, a superintendente adiantou que o Iphan está se reunindo com a SPU (Superintendência do Patrimônio da União) para criar um programa de educação ambiental e cultural em parceria com Estado e municípios. Ainda não há data definida para o programa começar.
SERRA – A região tem a mesma formação geológica do Monte Roraima e mede 12 mil quilômetros quadrados. Em 1940, garimpeiros começaram a explorar diamantes na região. O garimpo funcionou por mais de 60 anos. Hoje, a Serra do Tepequém é um dos principais pontos turísticos de Roraima. A região é formada por cachoeiras e o clima é bem agradável.