Esquerda vence eleições legislativas na França, mas não obtém maioria. Entenda a situação

Extrema direita ficou em terceiro lugar, atrás do bloco centrista ao qual Macron pertence.

Jean-Luc Mélenchon, que enxcabeça a coalizão vencedora, comemora resultado do pleito — Foto: Reprodução/Internet
Jean-Luc Mélenchon, que enxcabeça a coalizão vencedora, comemora resultado do pleito — Foto: Reprodução/Internet

Em um resultado surpreendente, a coalizão de esquerda Nova Frente Popular obteve o maior número de assentos na Assembleia Nacional da França nas eleições legislativas, realizadas neste domingo (7). No entanto, o bloco não alcançou força suficiente para governar sozinho, conquistando 182 assentos.

A segunda maior bancada ficou com a coalizão governista, Juntos, de centro, que obteve 168 assentos. A Reunião Nacional, partido de extrema direita liderado por Marine Le Pen, conquistou 143 assentos, representando um crescimento significativo, mas abaixo das expectativas após liderar o primeiro turno.

População comemora resultado. — Foto:Loic Venance/AFP

O líder da extrema esquerda Jean-Luc Mélenchon, que comanda o partido França Insubmissa (LFI), é um dos vitoriosos do pletio. É ele quem encabeça o Novo Frente Popular de Esquerda, uma coalizão que reúne cinco partidos, incluindo socialistas, comunistas, Verdes e Place Publique, liderada pelo membro do Parlamento Europeu Raphaël Glucksmann.

Após a divulgação dos resultados preliminares, Mélenchon declarou que houve “uma magnífica onda de mobilização cívica” e afirmou que o povo francês “claramente rejeitou o pior cenário possível”. Essas declarações foram feitas em um momento de celebração para os apoiadores da esquerda francesa.

No entanto, com o resultado, a Nova Frente Popular precisará formar alianças para governar. Líderes do bloco esquerdista indicaram a possibilidade de se unir ao centro para atingir os 289 assentos necessários para a maioria. Apesar disso, a viabilidade dessa aliança é incerta devido a desavenças em temas como a reforma da Previdência.

Após a Reunião Nacional obter 33% dos votos no primeiro turno, a Nova Frente Popular e o Juntos formaram um cordão sanitário para impedir que a extrema direita chegasse ao poder.

Mácron mantem Attal

O primeiro ministro, Gabriel Attal e o presidente Emmanuel Macron — Foto: Reprodução/Internet

Macron pediu nesta segunda-feira (8) ao atual primeiro-ministro, Gabriel Attal, que permanecesse em seu cargo. Attal, que foi ao Palácio do Eliseu nesta manhã, planejava pedir renúncia após o resultado das eleições legislativas realizadas no domingo (7), diante da vitória da esquerda.