Caso Jânio e Flávia: Gaeco sugere prisão de 4 indiciados e apuração de interferência de autoridades

MP pediu autorização da Justiça para continuar a investigação após governador, comandante-geral e delegada-geral serem citados por capitão da PM

Casal Jânio Souza e Flavia Guillarducci (Foto: Arquivo pessoal)
Casal Jânio Souza e Flavia Guillarducci (Foto: Arquivo pessoal)

Após a Polícia Civil concluir o inquérito sobre o assassinato de Jânio Bonfim de Souza, 57, e Flavia Guilarducci, 50, o Ministério Público de Roraima (MPRR) pediu a prisão preventiva dos quatro suspeitos denunciados por participação direta na morte do casal.

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Por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), o órgão pediu que a 2ª Vara do Tribunal do Júri defira a prisão sem prazo do empresário Caio de Medeiros Porto (foragido), do capitão da Polícia Militar (PM), Helton John da Silva de Souza (já preso), do possível responsável pela compra da arma do crime, Jhonny de Almeida Rodrigues (em prisão domiciliar) e do funcionário de Caio, Deivys Jesus Mundarains Vegas (foragido).

Com base no depoimento de Helton John em 27 de junho, o MPRR pediu autorização da Justiça de Roraima para a Polícia Civil desmembrar o inquérito com o intuito de apurar a suposta interferência na investigação por parte do governador Antonio Denarium (Progressistas) e do comandante-geral da PM, coronel Miramilton Goiano de Souza, por possuírem foro privilegiado.

O parecer não cita a delegada-geral da Polícia Civil, Darlinda Moura, embora ela tenha sido mencionada pelo investigado no depoimento à polícia. As três autoridades já negaram publicamente a acusação de interferência.

“É evidente que ao ser mencionado pelo investigado Helton supostas irregularidades, posteriores ao crime de homicídio qualificado, que possam ser atribuídas a autoridades com foro de prerrogativas, os autos devem ser encaminhados à instância superior, podendo, eventualmente, o feito seguir desmembrado com relação aos fatos já delimitados aos investigados sem foro, ou seja, assim entendendo a instância superior, continuar em juízo de primeira instância a apuração do crime de homicídio em relação aos envolvidos sem foro de prerrogativa”, pontuou o Gaeco no parecer, em que ainda solicita a manutenção do sigilo da investigação até a conclusão do inquérito.