A agricultora Eliana Bezerra da Silva, 43 anos, morreu vítima de um grave derrame cerebral que pode ter sido ocasionado pelas inúmeras agressões que sofria dentro de casa por parte do marido, também agricultor de 41 anos.
Ela foi internada no dia 02 de setembro com fortes dores na nuca, febre alta e babando muito. Quando chegou ao Trauma do Pronto Socorro Francisco Elesbão, no Hospital Geral de Roraima (HGR), logo, segundo o registro policial feito pela família, ela foi diagnosticada com derrame cerebral.
Passou por uma cirurgia, porém o quadro se agravou e ela entrou em coma, não respondeu aos tratamentos, com isso os médicos declararam a morte cerebral e o óbito da agricultora foi confirmado na tarde dessa quinta-feira, 20.
A vítima, segundo apurado, pela reportagem, estaria grávida de aproximadamente 3 meses e perdeu a criança durante o coma, em face do estado grave de saúde em que se encontrava.
Eliana era moradora da comunidade indígena do Taboca, no município de Cantá, Leste de Roraima. Ela tinha mais de 20 anos de casada com o companheiro que é o suspeito das agressões, com o qual tinha 7 filhos.
Após ser mais uma vez agredida com chutes, chicotadas e surras com fios elétricos, ela resolveu dar um basta e fugiu de casa levando dois dos filhos, um menino de 15 e uma menina de 13 anos.
Antes da morte, a mulher veio para Boa Vista no final do mês de agosto e procurou ajuda da família, pois não aguentava mais as constantes surras que levava do marido, conforme relatado pelos familiares dela a polícia.
Quando chegou a casa dos familiares aqui na Capital, já foi reclamando de fortes dores de cabeça que atingiam principalmente a nuca, e também apresentava muitos hematomas pelo corpo, segundo a família contou aos policiais que estão investigando o caso.
Os filhos que acompanharam a agricultora contaram a família, que presenciavam as surras que a mãe levava.
Na última, que pode ter sido a responsável pelo grave problema na cabeça, eles contaram que o pai derrubou a mãe no chão e a chutava no abdômen e na cabeça.
A ocorrência foi registrada na Central de Flagrantes no 5º Distrito Policial (5º DP), mas a investigação será transferida para a Delegacia do município de Cantá, local em que a vítima residia.
Dia 30 de agosto, ocasião da ultima surra que Eliana levou do suspeito, ele chegou a ser ouvido na Delegacia de Cantá, mas foi liberado. Até o momento não informações se ele foi novamente conduzido. O caso foi registrado como lesão corporal dolosa.
O corpo de Eliana foi liberado na manhã de hoje, 21, pelo Instituto de Medicina Legal (IML).