Neste domingo (14), o governador de Roraima, Antonio Denarium (Progressistas), participou do programa Agenda da Semana, onde discutiu diversos temas relacionados ao cenário político, econômico e administrativo do estado. Durante a entrevista, Denarium falou sobre seu apoio à deputada Catarina Guerra (União Brasil) e ao deputado federal Nicoletti, que são pré-candidatos à prefeitura de Boa Vista.
“Nós vivemos uma democracia e todos têm o direito de serem candidatos. E agora, nesse período, pré-candidatos a vereador e pré-candidatos a prefeito também. O deputado federal Nicoletti é pré-candidato à prefeitura de Boa Vista, da mesma forma que a deputada Catarina Guerra, que é do mesmo partido, tem todo o direito de se lançar como pré-candidata. As convenções estão chegando e são elas que vão determinar quem é o candidato a prefeito. Existe também uma determinação do partido, a nível nacional que, em algumas capitais e alguns municípios com mais de 200 mil habitantes, será escolhido o candidato pela viabilidade eleitoral, ou seja, pelas chances de se ganhar a eleição. Estamos trabalhando junto com a deputada Catarina Guerra, que está participando de muitas ações na capital, falando com pessoas, fazendo visitas e levando seu nome. É muito importante para o União Brasil ter o novo prefeito de Boa Vista, independente do candidato. E que tenha um bom relacionamento com governo, um bom relacionamento político para que Boa Vista possa dar uma mudada no cenário político”, disse Denarium.
Cassação, impeachment e processo contra Sampaio
Denarium também falou sobre o processo de cassação que tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra ele, o impeachment acolhido pelo presidente da Assembleia Legislativa de Roraima, Soldado Sampaio, e uma ação do Progressistas que pede a anulação da eleição de Sampaio para seu terceiro biênio à frente do Poder Legislativo. O governador afirmou estar confiante em sua inocência e acredita que a verdade prevalecerá.
“A gente poderia estar vivendo sem conflitos aqui no estado de Roraima. Desde o começo do nosso trabalho, foi pela harmonia entre os poderes e classe política e o meu objetivo é continuar trabalhando da mesma forma (…) Quanto ao processo que está no TSE em Brasília, eu acredito muito na justiça e os processos de cassação aqui Roraima tem jurisprudência em outros estados do Brasil, que não motivam a cassação. Eu tenho um advogado contratado por mim em Brasília, que está olhando a minha causa e ele me dá total segurança de que irá reverter a situação no TSE. Eu acredito na justiça e sei que a verdade e os fatos prevalecerão, como defendemos no Estado de Roraima (…) Fizemos uma eleição justa, transparente, onde a vontade da população está prevalecendo. Quanto ao cenário político que o deputado Sampaio indica um pedido de impeachment, é uma decisão exclusiva do presidente da ALE, aceitar ou não esse pedido. O fato é que a maioria dos deputados não concordam com esse pedido aceito pelo deputado Sampaio. Vai ser formada a comissão, vai ter todo o tempo para a defesa e com certeza o plenário da ALE não vai aceitar esse tipo de ação que só vai prejudicar o Estado de Roraima (…) O PP e eu também, não concordamos com o terceiro biênio, que foi feito pelo deputado Sampaio. Inclusive, a reeleição para o terceiro biênio, que vai vencer só dia 31 de dezembro de 2024, em fevereiro ou março, quando voltou do recesso do legislativo, ele convocou uma eleição e foi reeleito presidente da ALE. Lembrando que no Brasil não tem nenhum presidente do Poder Legislativo, do Senado e da Câmara Federal que está no terceiro biênio. Inclusive, o Arthur Lira, que é progressista, presidente da Câmara dos Deputados, termina seu mandato agora, 31 de dezembro, e terá novas eleições no Congresso Nacional. Da mesma forma o Rodrigo Pacheco, que também não pode ir para o terceiro biênio. Portanto é ilegal essa reeleição para o terceiro mandado no Estado de Rotaima e os deputados estaduais não concordam com essa reeleição e estão se preparando para uma nova eleição para presidente da ALE (…) Inclusive, foi por esse motivo que Sampaio quis asfaltar Jalser, que estava em seu terceiro biênio, em 2020”, disse Denarium.
Aporte de R$ 800 milhões para Roraima
Outro ponto discutido na entrevista foi o empréstimo de R$ 800 milhões que o estado aguarda a liberação. Denarium destacou que os trâmites estão sendo seguidos conforme a lei e explicou a necessidade de adequação à Lei de Responsabilidade Fiscal.
“Nós já pagamos R$3 bi de dívidas de gestões anteriores (…) Imagina que você tem um cheque especial e pagou R$3.200 e agora vai fazer R$800 em compra. Tá dentro da sua capacidade de pagamento. E o governo pode pagar esse empréstimo sem comprometer o orçamento em 20 anos para frente. O que nós queremos é manter o crescimento e desenvolvimento do estado e manter a geração de emprego. Com esse valor nós vamos construir mais um bloco do HGR, mais uma maternidade, asfaltar aproximadamente 200 km de estradas em todos os municípios, construir novos prédios públicos e, com isso, gerar crescimento econômico, empregos formais (…) Por exemplo, a maternidade, que conclui a reforma e ampliação neste mês. É uma grande obra de 14 mil m². Tem mais de 150 funcionários trabalhando. Se o governo não mantiver o crescimento econômico e da infraestrutura, onde esses funcionários vão trabalhar quando terminar essa obra? Tem que ter obras estruturantes para a geração de emprego no nosso estado (…) Tem todas as etapas a serem seguidas. No quadrimestre de setembro a dezembro de 2023, nós ficamos desenquadrados na Lei de Responsabilidade Fiscal. Foi quando nós fizemos a reposição salarial de 2023, aí nós passamos de 49%. Quando foi agora, no quadrimestre de janeiro a abril, o estado voltou a se enquadrar no limite de Responsabilidade Fiscal e já passou pela Secretaria do Tesouro Nacional, pela Secretaria da Fazenda… Todo o trâmite está sendo percorrido, cumprindo rigorosamente a legislação e a constituição brasileira. Acredito que nos próximos dias ou no próximo mês esse recurso será liberado, dando uma maior capacidade de investimento no estado (…) Esse aporte não é para pagar dívidas correntes, não é pra pagar salário. Isso o governo faz com muita gestão e responsabilidade”, afirmou o governador.