Em meio as ruas movimentadas de Boa Vista, um fluxo constante de histórias se entrelaça revelando as marcas de uma jornada marcada pela incerteza e pela superação. São os venezuelanos, rostos cansados e olhares esperançosos, que encontram nesta cidade fronteiriça um Ponto de chegada em meio a uma realidade repleta de necessidades.
Caminhando pelas vielas e praças, é impossível não se deparar com cenas que ecoam as dificuldades enfrentadas por aqueles que deixaram sua Terra natal em busca de novas oportunidades. Barracas improvisadas, famílias inteiras em busca de abrigo, crianças brincando entre os desafios do Cotidiano. Cada cena conta uma parte da história coletiva desses migrantes.
Amigo leitor, imagine-se caminhando por essas ruas, você presenciasse essas cenas. Como você se sentiria diante das necessidades e da resiliência desses venezuelanos?
Em meio à precariedade das condições, a resiliência se manifesta nos gestos cotidianos desses Venezuelanos. Mulheres tecendo redes de solidariedades para cuidar dos mais vulneráveis, homens buscando meios criativos para sustentar suas famílias, jovens mantendo viva a chama da esperança mesmo diante das adversidades, e eu posso falar isso com seguridade, pois também sou Venezuela.
As noites revelam um silêncio carregado de reflexões e anseios. Nos abrigos temporários ou em espaços improvisados, as vozes desses migrantes ecoam histórias de perdas e recomeços, de sonhos interrompidos e perspectivas por construir. Cada canto torna-se um refúgio transi- tório, onde o passado se mistura ao presente em movimento de adaptação. No entanto, em meios as dificuldades, também surgem laços fraternos que transcendem fronteiras e nacionalidades. Boa vista torna-se não apenas um ponto no mapa, mas sim um Lugar onde a solidariedade se faz presente através de iniciativas Locais e da compaixão daqueles que reconhecem a humanidade compartilhada.
Assim, nós venezuelanos em Boa Vista, carregamos conosco não apenas as marcas da migração, mas também a força daqueles que persistem diante da adversidade. Suas vidas em trânsito transmitem uma mensagem de esperança, da importância de estender à mão e a colher aqueles que buscam reconstruir suas vidas em terras estrangeiras.
Autora: Andreina Yetmali Hassan, aluna da 3ª série do Ensino Médio do Colégio Militarizado Professor Camilo Dias.
(Educação Linguística guiada pela Sequência didática do Caderno do Docente “A ocasião faz o escritor”, do gênero crônica da OLP, com a temática “O lugar onde vivo”.)