A nova política da Petrobras em relação ao reajuste de combustível, de anúncios quinzenais, não está sendo cumprida. Foi o que constatou o Procon Roraima durante fiscalização nos postos de combustível de Boa Vista.
O coordenador-geral do Procon Roraima, Lindomar Coutinho, afirmou que as distribuidoras estão aumentando o valor de combustíveis vendidos para postos todos os dias.
Esses valores acabam sendo acumulados pelos donos de estabelecimentos até que seja determinado que haja o aumento coletivo de preço, quando não há mais como segurar o antigo valor. No preço final, isso resulta no salto de R$ 4,19 para R$ 4,66 no valor mínimo do litro de gasolina comum na capital.
“Nos três primeiros postos independentes que encontramos observamos que a política de preços ainda continua diária, apesar de a Petrobras ter anunciado que passaria a alterar seus preços na gasolina de 15 em 15 dias. Sem falar no fato de que os preços são absurdos. Nos últimos 15 dias, o aumento foi de R$ 0,22. Esse é um salto muito grande de valor em pouco tempo”, apontou.
Segundo Lindomar, os três postos que passaram pela fiscalização do Procon nesta semana são independentes, podendo comprar combustíveis de qualquer distribuidor. Para ele, esse detalhe foi determinante para essa conclusão.
“Os postos que fiscalizamos são de bandeira própria. Livres para comprarem das distribuidoras que quiserem. Isso é o que nos deixa mais chocados, pois até os postos que possuem a liberdade de escolherem distribuidoras que vendem os combustíveis de forma mais barata estão sofrendo com esses valores salgados. Isso é um problema de proporções enormes”, frisou.
Lindomar Coutinho também frisou que este tipo de problemática não é comum somente em postos de combustível em Boa Vista. Ele explicou que, em diversos estados do Brasil, Procons estão realizando fiscalizações desse tipo e que os diagnósticos coincidem com aquilo que o órgão em Roraima concluiu.
“Esse é um problema que vem ocorrendo em todo o Brasil. A Petrobras vem anunciando aumentos pequenos, que estão sendo refletidos de forma gigante nos postos de todo o país. Isso, ao nosso ver, é a Petrobras querendo tornar a população e os donos de postos como reféns, o que faz muito mal para o mercado. Ao terminarmos nossa fiscalização, mandaremos um documento dessa situação para a Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor, que poderá tomar medidas cabíveis”, afirmou.
O coordenador do Procon orientou que o consumidor pesquise e fique atento para referências que apontem certos preços como abusivos.
“Eu sempre digo, e não canso de dizer, o consumidor precisa pesquisar antes de denunciar. Ver se existem lugares que estão mesmo vendendo a preços caros em relação a outros. Denunciar para o Procon é algo muito sério, e que precisa de uma base sólida de informações para ser feita”, concluiu. (P.B)