Cotidiano

Agentes penitenciários ameaçam fazer paralisação para cobrar melhorias

Sindicato da categoria afirma que indicativo de greve surgiu depois que pedido de audiência com governadora não foi atendido

Uma paralisação de advertência ou mesmo uma greve por tempo indeterminado é a proposta que o Sindicato dos Agentes Penitenciários de Roraima (Sindape/RR) vai decidir na próxima terça-feira, 10, durante assembleia da categoria, que será realizada no auditório da CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Segundo o presidente do sindicato, Lindomar Ferreira, o indicativo de greve surge depois de esperar por mais de 20 dias uma resposta do Palácio Senador Hélio Campos, sobre o pedido de audiência com a governadora Suely Campos (PP). “Queremos expor à governadora sobre as péssimas condições de trabalho que estamos enfrentando. Já que não temos respostas, vamos nos reunir e discutir uma paralisação ou mesmo greve por tempo indeterminado”, frisou.
Entre as reivindicações que os agentes pretendem levar à governadora estão melhorias no auxílio alimentação, armamento e equipamentos adequados, melhores condições de alojamento e comunicação entre os agentes de outros presídios, como a Cadeia Pública de São Luiz do Anauá, no Sul do Estado.
O sindicalista afirmou que, embora tenham melhorado a embalagem da comida servida nos presídios, não é adequada. Os servidores querem autonomia para fazer a refeição fora do local de trabalho. “Queremos que, de imediato, o Estado nos pague o ticket alimentação para que cada um coma onde quiser”, disse. “Quanto à comunicação, quem trabalha em São Luiz do Anauá fica sem comunicação com Boa Vista devido à péssima condição de telefonia de lá. Queremos que se instale uma repetidora de rádio para não depender da telefonia e termos uma comunicação geral com todos os agentes. Porque, se acontece alguma urgência, não temos como pedir socorro”.
O sindicalista ressalta que a construção do alojamento é primordial, já que o antigo alojamento foi destruído em dezembro do ano passado. “Desde dezembro que estamos dormindo no chão e em local inadequado”, frisou.
Ele informou que hoje o efetivo de agentes é de aproximadamente 290, o que seria insuficiente para atender a demanda no sistema prisional do Estado, que só tem crescido nos últimos anos. “Seriam necessários pelo menos mais 250 agentes trabalhando em boas condições, para dar conta da demanda. Por isso estamos cobrando também que seja realizado concurso púbico para contratação imediata de agentes”, frisou.
Lindomar Ferreira ressaltou que o último concurso público realizado para a categoria foi em 2011, quando o quadro totalizava 328 e hoje se resume a 290. “Em breve teremos mais perdas, pois alguns agentes que passaram em outros concursos públicos estão de saída. Então é necessário que faça concurso urgente”, frisou.
JUSTIÇA – O sindicalista afirmou que a categoria está entrando com ações judiciais contra o Governo do Estado por estarem trabalhando mais que o determina a Constituição Federal. “A Constituição determina que temos de trabalhar um dia e folgar quatro. Atualmente trabalhamos 24 horas e folgamos apenas três dias. E não recebemos as horas excedentes trabalhadas e nem uma compensação de horário. Tem que ter uma coisa ou outra”, frisou.
Outro ponto destacado é quanto ao pagamento do adicional noturno, que estaria sendo pago abaixo do que deveria. “Só recebemos R$80,00 e deveriam ser pagos, no mínimo, R$289,00. Estamos nessa situação desde fevereiro de 2013, quando entramos no sistema prisional”, frisou. (R.R)