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Praga de grande dano econômico ameaça bananais de Roraima

Praga de grande dano econômico ameaça bananais de Roraima

Em todo o mundo, existem inúmeras pragas de plantas que, quando encontram condições favoráveis para se desenvolver, causam grandes danos econômicos e se tornam inimigas do produtor rural. Roraima enfrenta diversos problemas com pragas, e isso deve ser levado em consideração ao se plantar qualquer cultura. Exemplos recentes incluem o caso das uvas, onde a aquisição de mudas não certificadas trouxe uma praga que exigiu o extermínio da cultura para criar um vazio e permitir que a praga desaparecesse do estado.

Agora, uma nova ameaça chegou aos bananais de Roraima: o Moko da Bananeira (Ralstonia solanacearum raça 2). Esta praga quarentenária tem controle oficial do estado e está presente nos municípios do sul de Roraima. É importante destacar que a raça 2 ataca exclusivamente as bananeiras.

A Ralstonia solanacearum é uma bactéria de solo conhecida mundialmente por atacar diversas culturas. Os efeitos causados na bananeira são: amarelecimento e necrose das folhas basais, seguidos do colapso na região do pecíolo, dando à planta o aspecto de um guarda-chuva fechado, os sintomas causados pelo Moko incluem amarelecimento precoce e desuniforme das pencas, escurecimento da polpa e podridão seca, afetando plantas de qualquer idade e todas as partes da planta.

No recente episódio do PODCAST FOLHABV AGRO, disponível no canal da FOLHABV no YouTube, o pesquisador da Embrapa Daniel Schurt enfatizou que a praga não tem tratamento. Sendo uma bactéria de solo, a única forma de combate é a prevenção. Isso inclui a aquisição de mudas micro propagadas sadias e certificadas, que já são oferecidas por empresas especializadas em Roraima. Além disso, os produtores devem tomar extremo cuidado com maquinários agrícolas que trabalham em diferentes propriedades, garantindo que sejam limpos antes de entrar em novas áreas. Implementos de tratos culturais, como tesouras de podas, também devem ser lavados e tratados com água sanitária ou amônia quaternária.

Uma vez que a raça 2 se instala, é impossível produzir bananeiras em consórcio com a praga. O bananal inteiro sucumbe e é necessário pensar em outra cultura para o local afetado. Os prejuízos econômicos são imensuráveis, e o agricultor deve investir em conhecimento para evitar o pousio de até três anos na área afetada, criando um vazio de hospedeiros e permitindo que a população da bactéria diminua até desaparecer.

Se ao ler esta matéria ou assistir ao podcast, você identificar plantas suspeitas de estarem com o Moko da Bananeira, chame um técnico ou agrônomo dos serviços oficiais do estado. É crucial mapear as regiões afetadas e evitar um alastramento ainda maior da praga.

Gustavo Menezes Domingues