OPINIÃO

O amor pelos animais cria laços de amizade

Era uma manhã de sábado, decidi caminhar na praça Mirandinha, enquanto caminhava, comecei a observar crianças brincando sob os olhos atentos de seus pais. De repente, do nada, vejo um “cachorrinho” perdido e me aproximei dele para ver se tinha alguma identificação na sua coleira, mas não tinha nada. Comovido e como defensor dos animais, peguei o pequeno no colo, que não me estranhou e continuei a caminhada, agora com a intenção de achar o seu dono, ou dona. Parava em alguns pontos da praça e perguntava se alguém tinha passado por ali a procura de seu animal de estimação.

Depois de algumas tentativas, uma jovem senhora sai ao meu encontro emocionado, e o cachorrinho ao vê-la, pulou do meu colo e saiu correndo ao seu encontro. Com lágrimas nos olhos, ela me agradeceu. Fiquei feliz por ter ajudado aquela senhora a reencontrar o seu animal de estimação. E para minha surpresa, ela ao ouvir o meu sotaque de falante do espanhol, falou comigo na minha língua. Que surpresa boa foi aquela! Ali estava um venezuelano e uma brasileira, que se tornaram amigos pela força do destino, e sem preconceito do idioma e nem da nacionalidade. Vejam só o que o amor pelos animais é capaz de fazer, independente do lugar ou país.

Instantes assim, simples, mas com amor nos trazem, muitas vezes, as maiores lições e nos fazem acreditar que ainda existem pessoas de coração grato, de alma leve, despidas da xenofobia, de abraços abertos para abraçar um estrangeiro, com uma fala que para ela pode até soar esquisita, em outro tempo também diria que a dela eu não compreendia. Segui o meu caminho sabendo que aquele encontro não seria esquecido, mas sim, guardado como uma lembrança de um perdido que foi achado.

Aluno: Luis Abrahan A. Rivas, da 3ª série do Ensino Médio do Colégio Militarizado Professor Camilo Dias.

(Educação Linguística guiada pela Sequência didática do Caderno do Docente “A ocasião faz o escritor”, do gênero crônica da OLP, com a temática “O lugar onde vivo”.)