No dia 28 de julho, 21,4 milhões de venezuelanos estão aptos a votar para escolher o próximo presidente da República, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Entre esses eleitores, aproximadamente 69 mil residem fora do país. O atual presidente, Nicolás Maduro, busca a reeleição em um cenário competitivo contra outros nove candidatos, sendo o principal adversário Edmundo González Urrutia.
Sistema eleitoral e contexto político
A eleição presidencial na Venezuela ocorre em turno único, onde o candidato que obtiver o maior número de votos será o vencedor. O mandato presidencial é de seis anos e não há limite de reeleição. Nicolás Maduro, que está no poder desde 2013, concorre para seu terceiro mandato consecutivo. Antes dele, Hugo Chávez foi eleito três vezes, mas faleceu no início de seu terceiro mandato.
Novos eleitores
Este ano, uma nova geração de eleitores participa pela primeira vez na eleição presidencial. Segundo o CNE, 600 mil jovens, com idades entre 18 e 23 anos, se registraram para votar em 2024. A participação desses jovens pode influenciar significativamente o resultado das eleições, trazendo uma perspectiva renovada às urnas.
Denúncias de censura e restrição de liberdade de imprensa
Diversas ONGs venezuelanas têm denunciado a falta de espaço para debates políticos na mídia. A ONG Laboratório da Paz revelou que 47 sites jornalísticos e 14 rádios foram fechados durante o período eleitoral, em uma tentativa de controlar a informação e silenciar vozes críticas ao governo. Muitos jornalistas também relataram dificuldades em divulgar informações e entrevistar o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia.
Análise internacional
Para a internacionalista e professora da Universidade Federal de Roraima, Paula Gomes Moreira, a vantagem de Maduro é evidente devido ao controle da mídia. “Esse candidato, que é o candidato da situação, quando ele vai para a competição eleitoral, já sai em vantagem frente aos outros candidatos”, afirma Moreira. Ela destaca que a censura e a restrição à liberdade de imprensa comprometem a caracterização da Venezuela como uma democracia plena.
Reflexão sobre a democracia
A restrição à liberdade de expressão e de imprensa levanta questionamentos sobre a integridade democrática do país. “Um país que não tem uma imprensa livre, que não tem essa liberdade de expressão, não se caracteriza como uma democracia nem mesmo eleitoral. Dentro do rol de nomenclaturas que a gente tem de democracia, já entraria em outro tipo de classificação, outro regime”, conclui Paula.