Atendendo a uma mobilização nacional, Roraima promoveu no sábado, 29, o ato contra a eleição do candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL-RJ). A ação ocorreu na Orla Taumanan e, segundo a organização, contou com a participação de mais de mil pessoas.
A ação chamada #EleNão foi convocada pelo Movimento das Mulheres Unidas Contra Bolsonaro, que surgiu primeiramente nas redes sociais e agora já ultrapassa mais de 3 milhões de adeptas. O grupo se pronunciou, principalmente, a respeito das declarações polêmicas de Bolsonaro contra o público feminino e ganhou apoio de artistas brasileiros e internacionais. Em Roraima, o ato foi organizado pelo Núcleo de Mulheres de Roraima (Numurr).
O evento suprapartidário ocorreu de forma pacífica, sem incidentes registrados, com muitas manifestantes com cartazes contra o candidato e apoio da bateria de um bloco de carnaval roraimense, além de discursos de representantes de movimentos sociais e declamação de poesias.
A professora Eli Macuxi, uma das organizadoras do evento, informou que a ação buscou demonstrar que Roraima não é formado somente por eleitores do candidato, mas por várias vertentes políticas, considerando que movimentos a favor de Bolsonaro foram realizados recentemente no Estado durante os finais de semana.
“A avaliação é de que a gente garantiu um espaço para pessoas que já vinham pensando contra a homofobia, racismo, machismo e todo o retrocesso que significa esse candidato. Onde as pessoas puderam expressar a sua opinião em Roraima, já que se vinha colocando que a opção pelo candidato fosse a única do Estado”, afirmou.
“Um homem que é machista, racista e que incita a violência, não merece ser presidente do nosso país”, completou a socióloga Andrea Vasconcelos, membro do Numurr. “Queremos demonstrar que aqui em Roraima nem todos são favoráveis a Bolsonaro e, não compartilhamos de suas ideias machistas, homofóbicas e racistas”, completou a fotógrafa Yolanda Mêne.
MOVIMENTO – O ato #EleNão ocorreu em todos os 26 estados e no Distrito Federal, além das manifestações em cidades do exterior como Nova York, Paris, Londres, Alemanha e Lisboa. Embora a polícia militar não tenha divulgado a estimativa do público participante, presume-se a participação de ao menos 100 mil pessoas somente no Rio de Janeiro.