O estado de Roraima deve receber os primeiros testes para diagnóstico da Hepatite D do Brasil. A iniciativa, que visa facilitar acesso ao diagnóstico, acompanhamento e tratamento da infecção no país, será realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Rondônia.
De acordo com o novo boletim epidemiológico do MS, mais de 72% dos casos de hepatite D no Brasil estão concentrados na região Norte, o estado de Roraima registrou 1,5% dos casos. Por isso, segundo o Ministério, o projeto tem expectativa de alcançar a totalidade das pessoas infectadas.
Além disso, a hepatite D é uma das formas mais graves de hepatite viral e que depende da presença da infecção pelo vírus da hepatite B para contaminar uma pessoa. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que a infecção crônica do vírus B, que é responsável por 47% dos óbitos relacionados às hepatites virais, atingiu cerca de 296 milhões de pessoas em 2022 em todo o mundo.
Da mesma forma que as outras hepatites, a do tipo D pode não apresentar sinais ou sintomas. É nesse ponto de gravidade que a pasta está investindo de forma inédita. O novo modelo de testagem vai facilitar, agilizar e aumentar a capacidade diagnóstica no país. Com o avançar do projeto, […] a ideia é expandir para as demais regiões.
divulgou o MS.
Como funciona?
O teste, desenvolvido pelo Laboratório de Virologia Molecular da Fiocruz Rondônia, entrou para Protocolo Clínico e as Diretrizes Terapêuticas (PCDT) de hepatite B e coinfecções no Sistema Único de Saúde (SUS) no último dia 24 de julho. Ele é um método molecular para diagnóstico e quantificação da carga viral do vírus da hepatite Delta (HDV).
Conforme o Ministério da Saúde e o Fiocruz, haverá unidades de recolhimento de amostras para a carga viral de HDV em todos os 26 estados e no Distrito Federal. As amostras recolhidas serão encaminhadas para o Laboratório de Virologia Molecular da Fiocruz Rondônia que atenderá a demanda para a realização do exame de carga viral para HDV de todo o país.
“Com este novo método molecular que estamos propondo, é possível realizar a detecção e a quantificação da carga viral na amostra do paciente, o que permite um melhor acompanhamento da doença, além de oferecer à equipe médica informações mais precisas sobre o comportamento do vírus no organismo e a evolução do quadro clínico”, esclareceu o pesquisador Jackson Alves da Silva Queiroz, um dos autores do estudo, no lançamento do método ainda em 2023.