Previsto por lei, o número de candidaturas por coligação ou partido deve ser de no máximo 70% para um gênero e 30% para o outro, mas o ideal é que os percentuais fossem mais equilibrados. Em Roraima, as mulheres somam apenas 32,1% de todas as candidaturas, um pouco mais que no último pleito para presidência e governo, ocorrido em 2014, em que a fatia de candidaturas femininas no Estado era de 31,8%.
Para o Governo de Roraima, há apenas duas representantes, sendo uma delas vice de um candidato homem. Suely Campos (PP) que disputa a reeleição enfrenta a concorrência de quatro candidatos homens, enquanto Érica Marques (PSOL) é a vice de Fábio Almeida (PSOL).
Para o Senado a situação não muda, há duas candidaturas, de Ângela Portela (PDT) e Telma Taurepang. Além delas, quatro candidatos homens apresentam cinco mulheres como suplentes: Luciano Castro (PR) tem como suplentes Tuti Lopes (PR) e Irmã Graça (PR); Júlio Martins tem como segunda suplente Leoma Ferreira (PTB); Mecias de Jesus (PRB) tem como primeira suplente Enfermeira Roberta (PRB); e Rudson Leite (PV) tem Vanúbia Praxedes (PV) como primeira suplente.
A candidata à reeleição para o senado, Ângela Portela (PDT), disse que em todas as áreas da sociedade as mulheres têm ampliado sua participação, e na política não poderia ser diferente, que no Brasil ainda há muito espaço para uma maior igualdade na presença em cargos eletivos e ainda que as mulheres trazem para a política uma sensibilidade própria, que, segundo ela, é necessária para o debate das questões relevantes para a sociedade.
“Eu, por exemplo, sou mãe e avó, e isso me faz dar importância especial para a segurança, a educação e a saúde das famílias. Roraima, infelizmente, é o estado campeão em assassinato de mulheres, o que só reforça a necessidade de mais presença feminina na política, na busca de soluções. São causas assim que de- vem unir a todos, mulheres e homens”, disse.
DEPUTADOS – Nas candidaturas para deputados estaduais é onde se concentra o maior número de candidaturas femininas, com um total de 159. Das 154 candidaturas para o cargo deputado federal, apenas 59 são de mulheres. Já a candidata à reeleição, deputada federal Shéridan (PSDB), disse que por ser um ano eleitoral é preciso conseguir aproximar as mulheres da política de forma que sejam mais participativas e enxerguem que é possível estar e chegar onde quiserem.
“O momento é agora para ‘reverter as estatísticas’ em que, tradicionalmente, apenas 10% das mulheres candidatas se elegem. É trazer o nosso olhar sensível para todas as matérias que afetam nossas vidas, sejam elas sobre violência doméstica ou macroeconomia, gestação ou inflação, licença-maternidade ou reforma política”, afirmou a candidata do PSDB.
PROPOSTAS PARA AS MULHERES – De olho no eleitorado feminino, todos os candidatos ao governo apresentaram propostas para mulheres. A Folha contabilizou quantas vezes as palavras mulher ou mulheres aparecem nas propostas de plano de governo de cada um e o resultado foi; 14 vezes no plano de Anchieta (PSDB), oito no de Antonio Denarium (PSL), sete no documento de Suely Campos (PP), cinco no de Telmário Mota (PTB) e uma vez no plano de Fábio Almeida (PSOL).