Implantada há nove anos, a Patrulha Maria da Penha de Boa Vista atendeu mais de 10 mil mulheres. O grupo, composto por 16 guardas, sendo 8 mulheres e 8 homens, garante o cumprimento de Medidas Protetivas de Urgência (MPUs), expedidas pelo Poder Judiciário.
“Não se pode mais falar em enfrentamento à violência doméstica sem citar a Patrulha Maria da Penha de Boa Vista. Hoje, não temos mulheres com medidas protetivas que estão desassistidas na cidade, pois possuem o acompanhamento da Patrulha Maria da Penha. É uma forma de fazer com que essa vítima se sinta mais segura”, destaca a agente Jessyka Pereira
A violência contra a mulher pode ser física, psicológica, sexual e financeira, impactando profundamente a vida das vítimas. A fisioterapeuta Carol Queiroz, vítima de violência doméstica, relatou sua experiência com o apoio da Patrulha.
“Recebi um atendimento incrível em um momento que eu estava muito fragilizada e que eu sequer sabia que a medida protetiva existia além de um papel. Foi indispensável tê-los na minha casa, contar com o acolhimento da patrulha, o respeito e saber que eu estava protegida. Foi um divisor de águas”.
Esse apoio é resultado de um termo de cooperação técnica com o Tribunal de Justiça de Roraima. Cristina Sousa, representante do Setor de Enfrentamento à Violência Doméstica (CEVID/TJRR), destacou a importância dessa parceria.
“São nove anos de parceria com a Prefeitura de Boa Vista para fazer esse trabalho. É um esforço contínuo da equipe da Patrulha Maria da Penha para acompanhar mulheres que têm medidas protetivas de urgência. É um estreitamento de relacionamento que a patrulha tem com as vítimas”.
Nos últimos dois anos, a Patrulha Maria da Penha acompanhou 3.760 medidas protetivas e realizou 19.037 visitas. Além disso, 95 agressores foram conduzidos por descumprimento de medidas e 28 por violência doméstica, incluindo crimes comuns. Desde 2016, a Patrulha acompanhou 6.391 medidas protetivas.
Nesta quarta-feira, 7 de agosto, a Prefeitura de Boa Vista vai inaugurar a “Sala Lilás” na sede da Patrulha Maria da Penha. O espaço será dedicado ao acolhimento de mulheres vítimas de violência doméstica, contando com psicólogo, assistente social, espaço kids e ambiente climatizado.
A Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006, completa 18 anos, proporcionando mecanismos para coibir e prevenir abusos contra as mulheres. Em 2022, foi instituído o “Agosto Lilás”, mês de conscientização pelo fim da violência contra as mulheres.