Há quatro anos, a vida de Gladson Roberto Laranjeira Suzano, 31, virou de cabeça para baixo. Sua esposa, Natana Barbosa dos Santos Laranjeira, faleceu durante o parto do filho mais novo, José Roberto, hoje com 4 anos. De repente, Gladson se viu sozinho, cuidando dos três filhos: Maria Eduarda, 16, Mary, 13, e o pequeno José Roberto.
“Foi uma mudança radical, tudo virou de ponta cabeça,” admitiu Gladson. “De um dia para o outro, tive que me adaptar a uma nova realidade, e não foi nada fácil”. Dividir o tempo entre o trabalho e as responsabilidades em casa se tornou um dos maiores desafios da sua vida.
Com duas filhas adolescentes, ele afirma as dificuldades aumentaram. “Lidar com a adolescência delas sem uma presença materna é complicado. Elas eram muito ligadas à mãe, e existe esse receio por eu ser homem e elas serem duas mulheres. Eu faço o meu melhor, e graças a Deus elas são muito compreensíveis” explicou.
Apesar disso, Gladson se esforça para manter uma relação próxima e aberta com os filhos. “Sempre fomos muito unidos, e isso não mudou. Eles entendem a situação e, na medida do possível, me ajudam bastante”, contou.
Nos últimos anos, Gladson decidiu que não abandonaria seus sonhos. Recentemente, ele passou no exame da OAB e se tornou advogado. “Foi uma conquista importante, principalmente por tudo o que a gente passou. Cada vitória, cada conquista, é uma forma de honrar a memória da Natana”.
Pensando no futuro, Gladson quer garantir que os filhos tenham uma vida tranquila. “Tudo o que eu faço é por eles e pela memória dela. Quero dar o melhor que eu puder para meus filhos”, afirmou.
Neste Dia dos Pais, Gladson disse que não planeja nada grandioso. “Geralmente a gente gosta de almoçar juntos e depois passar o dia no sítio da minha mãe. Vamos tirar algumas horas para comemorar, o importante é estarmos juntos,” refletiu.
O advogado também agradeceu o apoio que recebeu ao longo dos anos. “Os amigos da igreja e minha mãe foram fundamentais, especialmente no começo. Não sei como teria conseguido sem eles,” confessou.
Maria Eduarda, a filha mais velha, disse enxergar no pai um exemplo força. “No começo foi difícil, mas com o tempo, aprendemos a lidar com a situação. A gente precisa dele assim como ele precisa da gente. Meu pai é tudo para nós, e principalmente para mim. Ele é a nossa base” disse ela.