Em negociações secretas, os Estados Unidos teriam oferecido anistia a Nicolás Maduro para que ele deixasse o poder na Venezuela. A informação foi confirmada ao Wall Street Journal por pessoas familiarizadas com as conversas, que representam uma esperança para oposição embora o chavista descarte acordos.
Uma dessas pessoas disse ao WSJ que a Casa Branca colocou tudo na mesa para convencer Maduro a deixar o governo até antes da posse, prevista para janeiro. Entre as opções discutidas estão perdões para ele e seus principais aliados, além de garantias do governo americano de não pedir a extradição dessas lideranças do regime.
A oferta de anistia foi apresentada durante negociações secretas no Catar, que também resultaram na troca de prisioneiros entre Venezuela e Estados Unidos. Nicolás Maduro, no entanto, teria se recusado a discutir acordos que o obrigassem a deixar o poder, posição que não mudou.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, reconheceu González como presidente eleito, enquanto o porta-voz Matthew Miller afirmou que a posição dos EUA é pedir transparência e apoiar uma transição pacífica de poder. Os EUA têm tentado incentivar a saída de Maduro, ao invés de impor novas sanções, embora possam revisar sua estratégia dependendo dos desenvolvimentos políticos, incluindo a possibilidade de um retorno de Donald Trump à presidência.
Negociação com a oposição
Na última sexta-feira (9), Maduro também teria descartado negociações com a oposição e disse que María Corina Machado, a quem ameaça de prisão, deveria se entender com a Justiça, alinhado ao chavismo. Mais cedo, a AFP havia noticiado que a líder opositora estava disposta a negociar a transição, oferecendo salvo-conduto para que Nicolás Maduro deixasse o poder.
A oposição ofereceu garantias também aos militares ao pedir pelo fim da repressão aos protestos. A resposta das Forças Armadas, no entanto, foi a reafirmação de lealdade ao regime, que entregou aos fardados o controle de setores estratégicos da Venezuela em troca de apoio.
*Com informações do Estadão