Crianças precisam de carinho, e é muito comum o afeto entre os adultos com as crianças por meio dos beijos e abraços. Porém essa atitude não é boa para os pequenos. De acordo com a pediatra Ana Carolina Brito, a fragilidade do organismo dos bebês facilita o contágio por vírus, fungos e bactérias que podem estar presentes na saliva de crianças mais velhas e de adultos.
Ou seja, nem que seja só para uma ‘fotinha’ ou uma expressão de carinho. Nada de beijinhos na boca ou no rosto do bebê. Segundo a médica, o costume feito pelos pais pode causar doenças e é perigoso.
“É algo que precisamos realmente falar. Não é uma diminuição de carinho não beijar os filhos, mas é preciso preservar o rosto da criança, principalmente os bebes e recém nascidos que tem uma imunidade ainda baixa, e que muitas vezes não estão com sua vacinação completa” explicou.
Selinho não deve ser dado por ninguém, nem mesmo os pais. As mãos também não são para serem beijadas, já que o bebê pode colocar elas na boca. “Crianças com menos de cinco anos ainda estão formando sua imunidade, então a maioria das doenças, principalmente nessa época do ano, se propaga por gotículas de saliva e pela respiração muito próxima. Qualquer contato mais íntimo pode ser perigoso, respirar muito próximo do bebê, mesmo que seja um período muito curto poderá causar a transmissão de resfriados, gripes, e até mesmo do sarampo que é uma doença mais grave e até pouco tempo estava controlada” relata a médica.
Manter as mãos higienizadas sempre que for tocar o bebê também é fundamental. “Um outro cuidado que os adultos e crianças mais velhas tem que ter é sempre lavar as mãos ou passar o álcool em gel. Principalmente quem cuida das crianças, mesmo que seja a mãe” relata.
Evitar beijar o rosto do bebê é uma forma de proteção
É muito comum bebês chegarem aos consultórios com lesões de pele causadas somente pelo contato. Se o papai tiver barba ele precisa ter um cuidado redobrado e além de lavar as mãos, deve também higienizar os pelos faciais.
“No caso dos papais, eles devem ficar atento aos pelos da barba em contato direto com a criança. Barbas e bigodes funcionam com um filtro, e guardam muitas sujeiras que não são vistas a olho nu, mas não são inofensivas para os pequenos” relata.
Pais também não devem dividir garfos e talheres com crianças
Além do beijo como forma de transmissão, as doenças também podem ser transmitidas no compartilhamento de talheres e demais objetos do tipo, como copos e colheres e garfos mal lavados.
Ao compartilhar esses objetos, por exemplo, é possível pegar herpes, hepatite A, amigdalite e também viroses respiratórias, como explica o otorrinolaringologista Mauro Shimitz.
Para proteger a saúde dos pequenos, a dica é lavar com água e sabão latas, garrafas e copos antes de serem usados e não adianta passar papel higiênico.
“É contraindicado por que por meio da sua saliva você pode transmitir bactérias e vírus ou até mesmo fungo que os adultos possam carregar. Quando isso ocorre entre adultos, o organismo consegue se defender, por que possui anticorpos pra isso, mas os pequenos ainda não possuem essa defesa. Essa atitude deve ser evitada, principalmente se aquela pessoa apresentou sintomas como a febre” reforça.