Bom dia,
O economista Emerson Baú, que também é diretor-superintendente local do Sebrae, disse ontem em entrevista ao programa Agenda da Semana, da rádio Folha FM 100.3, que os brasileiros e as brasileiras deveriam, para além das preferências ideológicas ou partidárias, refletir sobre uma questão estrutural da sociedade tupiniquim. Ele apresentou números oficiais, colhidos entre os anos de 2019 e 2023, que mostram um pequeno percentual de pessoas que se esforçam dia a dia para pagar impostos que são absorvidos pelo conjunto total da população tornando o Estado brasileiro paquidérmico e ineficaz
Pelos números apresentados, dos 203 milhões de habitantes do Brasil, apenas 43 milhões – 21% do total -, são representados por empresários, empreendedores e trabalhadores/trabalhadoras do setor privado. Outros 12 milhões são compostos de servidores públicos; 39 milhões de aposentados e pensionistas; 53 milhões de crianças e adolescentes menores de 18 anos; e 56 milhões de pessoas recebedoras do programa Bolsa Família, do governo federal. Em síntese, 43 milhões de homens e mulheres ativos trabalham para prover, direta ou indiretamente, os meios de sobrevivência dos demais 160 milhões de habitantes do País.
O que mais salta aos olhos da análise desses números assustadores é o fato de que quase um terço dos brasileiros e das brasileiras de todas as idades são dependentes de transferências de recursos por parte dos governos (federal, estaduais e municipais), e quase todos com condição de trabalhar produtivamente. E o pior disso tudo é que decididamente não é possível deixar de serem feitas essas transferências para uma população que passa fome, fruto de uma distribuição de renda injusta, que ameaça esgarçar o quadro social. Mas é igualmente preciso que se estabeleçam condições para a saúde dessa gente da indigência. Não podem virar “lago” para pescar votos a cada eleição.
Grave 1
Na sexta-feira, 9, os bastidores da política pegaram fogo com várias informações chegando à imprensa e a órgãos fiscalizadores, inclusive tendo como fonte pessoas ligadas ao Governo, de que o núcleo financeiro do Estado teria recebido ordem para pagar, repentinamente, notas de valores altos nos últimos dias – algumas que já estariam vencidas há uma data. Sinal de que a própria população já está farta dessas práticas.
Grave 2
Diante de tantos rumores de milhões caminhando de cá para lá na ponte aérea Boa Vista-Brasília, é preciso que também os órgãos de fiscalização e controle de Roraima se mantenham em estado de alerta. Pode parecer fantasioso que alguém tente levar milhões em cédulas de papel daqui para outro Estado, sem que ninguém perceba, mas esse tipo de informação é como o ditado sobre as bruxas: “Eu não acredito, mas que existem, existem”.
Entrevistas 1
O programa Agenda da Semana, da Folha FM, dará voz a todos os candidatos à Prefeitura de Boa Vista. Na semana passada, foi definido um cronograma consensual entre os participantes. Ontem, dia 11, era esperada a entrevista com o candidato Lincoln Freire (Psol), mas precisou ser adiada por motivos de força maior. Em seu lugar, foi entrevistado o candidato Antônio Carlos Nicoletti (União Brasil).
Entrevistas 2
O apresentador do Agenda da Semana, economista Getúlio Cruz, esclareceu que a entrevista foi agendada com base na aprovação da candidatura de Nicoletti em convenção municipal. A coligação com os partidos PDT, Republicanos, PSD e Novo foi formalizada dentro do prazo estabelecido pela Justiça Eleitoral, e a ata foi encaminhada ao TRE para o devido registro. A discussão sobre a legalidade ou não da candidatura será abordada em momento oportuno.
Propostas 1
A rádio Folha FM 100.3 busca oferecer a todos os candidatos à Prefeitura de Boa Vista a oportunidade de expor suas propostas de governo diretamente aos eleitores e esclarecer dúvidas enviadas pelos ouvintes ao programa. Nesse contexto, se a Justiça Eleitoral determinar que a deputada Catarina Guerra, do União Brasil, é candidata oficial, ela também será convidada a participar da rodada de entrevistas.
Propostas 2
Durante a entrevista, Nicoletti destacou seu compromisso em fomentar o empreendedorismo entre pequenos empresários por meio de um fundo de financiamento com menos burocracia e acompanhamento para garantir o sucesso dos projetos. Segundo ele, essa medida seria uma “vacina” contra o assistencialismo. Ele também afirmou que pretende manter todos os programas sociais atualmente em vigor.
Propostas 3
De acordo com o parlamentar, essas iniciativas públicas precisam ser mantidas e até ampliadas, mas melhoradas sob alguns aspectos. Nicoletti disse que pretende apostar na capacitação de jovens e adultos para o mercado de trabalho como forma de tornar a população mais independente da política e da economia do contracheque, criticada pelo candidato por diversas vezes no decorrer da entrevista.
Imigração
O tema imigração foi mote de várias perguntas no decorrer do Agenda da Semana e deve ter igual interesse durante a campanha eleitoral deste ano. Isso porque é a estrutura pública municipal quem abarca grande parte do fluxo da prestação de serviços na saúde e educação. Nicoletti disse que não é contra os imigrantes, mas que acredita na oportunidade sem distinção de nacionalidade.
Briga por poder
Outra crítica constante foi o que ele classificou como uma briga acirrada entre grupos políticos pelo poder. “Eu sou independência, não sou do grupo A ou do grupo B. Enquanto ficarem nessa briga pessoal por poder, não vamos avançar”, disparou. Para eles, os diferentes grupos passam “anos e anos brigando e não chegando a um consenso”, o que só atrapalha a população.