Mais de 280 casos de febre oropouche são registrados em Roraima

A febre oropouche é transmitida pela picada do mosquito Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Seus sintomas, similares aos da dengue, incluem febre, dor de cabeça intensa, mal-estar, fadiga, dores musculares e desconfortos intestinais

As medidas preventivas incluem a limpeza de quintais, uso de telas de proteção em janelas, repelentes e vestimentas que cubram o corpo. (Foto: Divulgação)
As medidas preventivas incluem a limpeza de quintais, uso de telas de proteção em janelas, repelentes e vestimentas que cubram o corpo. (Foto: Divulgação)

Roraima enfrenta um aumento preocupante nos casos de febre oropouche, conforme dados da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde, vinculada à Sesau (Secretaria de Saúde do Estado). Até o momento, foram confirmados 288 casos da doença, com Rorainópolis liderando as estatísticas, totalizando 229 registros. Boa Vista segue com 24 casos, enquanto São João da Baliza contabiliza 16 casos confirmados.

Outros municípios também registraram incidências, com Cantá e Mucajaí reportando 2 casos cada. Já Alto Alegre, Amajarí, Iracema e Normandia notificaram 1 caso cada um. Caroebe, Pacaraima, São Luiz e Uiramutã não apresentaram registros da doença neste ano.

Joel Lima, técnico de Controle da Febre Amarela e Dengue, destacou que o Laboratório Central de Saúde Pública de Roraima (Lacen-RR) realizou mais de 1.800 análises de exames de oropouche em 2024, com uma taxa de positividade de 16%.

Diante do cenário, o estado está em alerta e intensificando as ações de combate à doença, incluindo treinamentos para profissionais de saúde em manejo clínico de arboviroses em todos os municípios.

Características da doença e recomendações

A febre oropouche é transmitida pela picada do mosquito Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Seus sintomas, similares aos da dengue, incluem febre, dor de cabeça intensa, mal-estar, fadiga, dores musculares e desconfortos intestinais. Estima-se que 80% dos infectados não apresentam sintomas.

Joel Lima enfatizou a importância de buscar uma Unidade Básica de Saúde ao surgirem os primeiros sintomas, pois a doença pode ser confundida com outras arboviroses. O diagnóstico precoce é essencial para iniciar o tratamento adequado, que inclui a coleta de material para diagnóstico laboratorial.

Devido à natureza bifásica da doença, os sintomas podem persistir por até sete dias, seguidos por uma possível recaída até 14 dias após o início das manifestações. Isso ressalta a necessidade de atenção contínua aos sintomas e à busca por assistência médica.

“A grande maioria das pessoas está procurando ajuda médica quando sentem alguma recaída, que é uma sintomatologia mais forte. Isso acaba prejudicando o diagnóstico, pois está ficando fora do período de coleta para o exame, que é feito por meio de RT-PCR, onde o ideal é que a coleta do exame seja realizada do 1º ao 5º dia do início dos sintomas”, completou.

As medidas preventivas incluem a limpeza de quintais, uso de telas de proteção em janelas, repelentes e vestimentas que cubram o corpo. Gestantes devem ter cuidado especial devido aos riscos adicionais associados à doença, como abortos, óbitos neonatais, microcefalia e outras complicações neuropatológicas.