O senador Telmário Mota (PTB) decidiu votar em branco no segundo turno para o Governo do Estado. O parlamentar que também disputou o Governo declarou ontem, 9, que não irá apoiar nem Antonio Denarium (PSL) nem José de Anchieta (PSDB) por considerar as propostas de ambos ineficazes.
Telmário afirmou, em vídeo divulgado nas redes sociais, que se debruçou nos planos de gestão dos candidatos ao Governo e que não observou planos concretos para retirar o Estado da crise econômica, nem medidas contra a corrupção, planos de uma reforma administrativa profunda, ajuste fiscal, redução dos recursos passados para os poderes ou sugestões para os povos indígenas e para a agricultura familiar.
À Folha, Telmário informou que buscou elaborar um plano de governo junto com a sociedade civil organizada, com sindicatos, associações, cooperativas e outras entidades estaduais, além de buscar ideias que deram certo em outros estados e que poderiam ser aplicadas em Roraima, porém, não foi isso o que viu nas propostas dos concorrentes.
“O que eu vejo são planos superficiais, projetos pessoais. O Denarium dizendo que vai reduzir impostos, aumentar o Crédito do Povo, gerar emprego e renda. Como se o Estado é deficitário? Aonde é que ele vai fazer a compensação disso? Como que ele vai aumentar essas despesas assistenciais? Como que vai fa- zer o setor produtivo crescer? A mesma coisa o Anchieta, jogando para a plateia. Promete o céu, mas não mostra a escada”, declarou.
Para o senador, os planos não parecem consistentes e somente destinados para um grupo seleto de empresários. “Então, eu vou liberar os correligionários do meu partido e dos partidos agregados e vou ficar neutro. Não vou votar mesmo. Vou votar em branco. O que o povo escolher, eu vou respeitar”, frisou.
Telmário lembrou ainda que já ha- via apoiado o ex-governador Anchieta na sua disputa ao cargo em 2010, mas que a situação não foi nada favorável. “Apoiei o Anchieta e me dei muito mal. Apoiei a Suely, me dei péssimo. Portanto, eu vou esperar o povo decidir agora”, frisou.
Apesar das críticas, Telmário ressaltou que irá manter o seu serviço como parlamentar à disposição do governador eleito, no que for auxiliar no desenvolvimento do Estado. Porém, prometeu acompanhar de perto a gestão para impedir medidas prejudiciais. “Agora se tiver calote, eu vou ser o fiscal implacável”, concluiu. (P.C)
POSICIONAMENTO DE LIDERANÇAS AINDA É INDEFINIDO
Outros nomes da política roraimense e aqueles que tiveram votação expressiva na primeira etapa do pleito eleitoral também foram questionados sobre o seu posicionamento para o segundo turno, tanto para o Governo quanto para a Presidência. A sua maioria, no entanto, informou que ainda está em fase de observação das possíveis alianças.
A atual governadora Suely Campos (PP), que ficou em terceiro na disputa para reeleição, informou, via assessoria, que ainda não existe uma definição sobre qual candidato irá apoiar no segundo turno. Já o candidato Fábio Almeida (PSOL), que também disputou vaga para o Governo, explicou que a equipe ainda está discutindo a situação e realizará uma coletiva amanhã, 11, anunciando o seu posicionamento.
Os candidatos ao Senado também preferiram não declarar a sua preferência. A equipe de Romero Jucá (MDB) informou que o senador iria “primeiro consultar a sua base para se manifestar” e que o mesmo se aplica à decisão do partido na disputa para a Presidência. A senadora Ângela Portela (PDT) também explicou que ainda não se posicionou para o segundo turno. O candidato Luciano Castro (PR) acrescentou que também não definiu sua escolha.
Os senadores eleitos já se posicionaram sobre o assunto, com Chico Rodrigues (DEM) informando que ainda estuda as conversas e possíveis alianças. Já Mecias de Jesus (PRB) reforçou que mantém seu apoio a Denarium e Bolsonaro.
JALSER NÃO CONFIRMA SE APOIARÁ ANCHIETA NOVAMENTE
Mesmo tendo declarado apoio a José de Anchieta no primeiro turno, o presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), deputado estadual Jalser Renier (SD), reeleito com o maior número de votos, não esclareceu quem apoiará no segundo turno. À Folha, a assessoria de comunicação do parlamentar informou que não há um posicionamento definido e não há alguma previsão de quando lançará um comunicado oficial sobre o assunto.
O mesmo acontece com o deputado federal eleito com mais votos, o empresário Haroldo Cathedral (PSD). No primeiro turno, o candidato trabalhou e apoiou Antonio Denarium, mas ressaltou que vai se reunir primeiro com a equipe que participou da sua campanha para então anunciar oficialmente o próximo passo. “Isso deverá acontecer até o final da semana”, completou..