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‘Anjos na terra’, ‘fui acolhida’: CHAME transforma a vida de mulheres

São 15 anos completados no mês de agosto; projeto mais recente da Secretaria Especial da Mulher da ALE-RR, Grupo Terapêutico Flor de Lótus ajuda a resgatar autoestima de vítimas de violência doméstica

‘Anjos na terra’, ‘fui acolhida’: CHAME transforma a vida de mulheres

“Estou feliz e pronta psicologicamente para enfrentar a realidade. Minha força veio do amparo recebido no Chame [Centro Humanitário de Apoio à Mulher], pois eu estava fragilizada, com medo. Se não fossem o carinho, a atenção, a troca de informações e orientações, não sei se teria força para seguir em frente. O Chame tem uma equipe maravilhosa que me acolheu e me confortou como nunca fui acolhida”, relata uma das mulheres atendidas pelo Grupo Terapêutico Flor de Lótus.

O grupo é uma das diversas iniciativas do Chame, vinculado à Secretaria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), no enfrentamento da violência, seja ela física, moral, psicológica, patrimonial ou financeira. Neste 18 de agosto, o Centro Humanitário de Apoio à Mulher completa 15 anos de atuação no Estado e, ao longo desse período, cresceu, chegou às escolas estaduais, deu suporte às vítimas de violência doméstica, criou um grupo de apoio emocional e ofereceu aulas de autodefesa.

Presidente da Assembleia Legislativa, deputado Soldado Sampaio (Foto: Marley Lima/ SupCom ALE-RR)

“É um programa da Casa Legislativa com demanda expressiva, atendida por uma equipe multiprofissional extremamente capacitada. A Secretaria Especial da Mulher desenvolve um trabalho de excelência que garante não apenas um espaço de escuta para a vítima, mas também uma rede de suporte emocional, jurídico, de bem-estar, porque queremos que essas mulheres que chegam até o Poder Legislativo em busca de ajuda, também tenham sua dignidade restabelecida e sigam suas vidas de maneira plena”, enfatiza o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Soldado Sampaio (Republicanos).

Medidas recentes

ZapChame é uma ferramenta poderosa de combate à violência doméstica e familiar (Arquivo SupCom ALE-RR)

Em mais de uma década e meia de trabalho árduo, o Chame atendeu mais de 13,3 mil mulheres com diferentes serviços sociais. O ZapChame, instituído em 2016, disponibiliza o número (95) 98402-0502, para que vítimas de violência doméstica ou quaisquer cidadãos possam denunciar casos de agressão. O atendimento funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, incluindo feriados. A partir da mensagem recebida, as equipes do Chame adotam protocolos de acolhimento e segurança.

Atualmente, o Chame tem dois núcleos de atendimento: em Boa Vista, na Avenida Santos Dumont, nº 1470, bairro Aparecida; e em Rorainópolis, na Avenida Dra. Yandara, nº 3.058, Centro.

A secretária Especial da Mulher, deputada Joilma Teodora (Podemos), explica que, desde o ano passado, a instituição tem buscado parcerias com outros órgãos, como o Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR) e a Defensoria Pública do Estado (DPE-RR). O objetivo é fortalecer a rede de apoio às vítimas de violência doméstica e traçar políticas públicas de combate a esse cenário de perigo às mulheres.

Deputada Joilma Teodora está à frente da Secretaria Especial da Mulher (Foto: Eduardo Andrade/ SupCom ALE-RR)

“Sem dúvida, é um trabalho transversal. Não é uma responsabilidade exclusiva de um Poder, mas de todas as instituições e da sociedade. Precisamos desconstruir a ideia de que em briga de marido e mulher não interferimos. Interferimos, sim. Denunciamos, sim. Temos que encorajar as mulheres e as pessoas a denunciarem. O parlamento vem cumprindo o papel de criar leis que endureçam as punições e amparem as vítimas e, em paralelo, oferecendo um serviço de acolhimento digno”, comentou a parlamentar.

Desde o início dos anos 2000, a Assembleia Legislativa aprovou quase 40 leis de enfrentamento da violência contra a mulher. (Leia todos os textos legislativos voltados para a temática)

Além do Chame, a Secretaria Especial da Mulher tem o Centro Reflexivo Reconstruir, que surgiu em 2016, em parceria com a DPE-RR, que hoje atende homens condenados pela Justiça de Roraima em processos de violência doméstica e familiar. Atualmente, são 55 atendidos, enquanto no ano passado outros 25 encerraram o ciclo de palestras informativas e orientativas. Eles recebem atenção psicossocial para mudarem seus comportamentos e, em relacionamentos futuros, não os repetirem, rompendo, assim, o ciclo de violência.

Órgãos estão envolvidos para fortalecer rede de apoio às mulheres (Foto: Marley Lima/ SupCom ALE-RR)

O grupo recebe tanto homens condenados pela Justiça quanto aqueles que, voluntariamente, queiram participar dos encontros. Para isso, basta se dirigir à sede da Secretaria Especial da Mulher, situada na Avenida Santos Dumont, nº 1470, bairro Aparecida, zona Norte de Boa Vista. As palestras ocorrem às segundas e terças-feiras.

Acolhimento humanizado

Grupo terapêutico trabalha no resgate da autoestima e da identidade (Foto: Alfredo Maia/ SupCom ALE-RR)

Neste ano, o Chame tirou do papel um planejamento voltado para o cuidado com a saúde emocional das mulheres acolhidas pelo serviço. A ideia era ajudá-las no processo de autoconhecimento e reconhecimento do quanto são importantes e valiosas. Saiu, assim, o Grupo Terapêutico Flor de Lótus, que durou 3 meses e acolheu 15 mulheres. Mas o sucesso foi tão grande, que a secretaria decidiu abrir nova turma, a se iniciar no próximo 21 de agosto, para qualquer mulher interessada em cuidar da saúde mental. Para se inscrever, mande mensagem para o ZapChame: (95) 98402-0502.

“Os relatos compartilhados no grupo me fizeram enxergar que temos que nos amar ainda mais, que a nossa companhia nos faz felizes e que não precisamos de terceiros para ter paz. Devemos amar a nossa companhia e aproveitar a solidão. Como é lindo ser acolhida, ouvida e abraçada. É curador! Sem palavras para agradecer”, lembra uma das mulheres ouvidas sob a condição de anonimato.

Ao serem ouvidas pelo Chame, as mulheres são informadas sobre o Grupo Flor de Lótus e, caso tenham interesse, passam a fazer parte da corrente de autoconhecimento. Durante os encontros que ocorreram, foram tratados temas como a formação da personalidade, o resgate da identidade tomada pelos agressores, a independência financeira e os direitos garantidos em leis estaduais, como a prioridade na emissão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e nos programas habitacionais do governo.

“Eu só tenho a agradecer às meninas do Chame por tudo o que fizeram na minha vida. Hoje, sou uma nova mulher, estou vivendo algo incrível que nunca pude viver. Agora, eu levo comigo todos os dias que sou uma fênix que ressurge das cinzas. Ninguém vai direcionar minha vida, só eu e Deus. As pessoas que compõem as equipes, desde as que preparam o chá, as que limpam, as da recepção, são anjos na terra”, externou outra mulher participante do grupo terapêutico.

Outros serviços

Chame realiza palestras nas escolas estaduais sobre tipos de violência (Foto: Nonato Sousa/ SupCom ALE-RR)

Em relação às palestras nas escolas estaduais, mais de 8 mil estudantes de 44 unidades de ensino participaram dos encontros que abordam a Lei Maria da Penha, tipos de violência e como buscar ajuda. Sobre o curso de autodefesa para as mulheres, 120 estão matriculadas em duas turmas.(Leia mais acerca das iniciativas)