Nos últimos anos, o consumo de feijão, um alimento tradicionalmente presente na mesa dos brasileiros, tem diminuído significativamente. De acordo com dados da Vigitel (Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), realizada pelo Ministério da Saúde, uma parcela considerável da população tem reduzido a ingestão desse grão. Entre as razões apontadas para essa mudança estão a falta de tempo para preparar a refeição e o mito de que o feijão engorda.
A ideia de que o feijão contribui para o ganho de peso é equivocada. O feijão é, na verdade, um alimento muito nutritivo e essencial para uma dieta equilibrada. Ele é uma excelente fonte de carboidratos complexos, que proporcionam energia para as atividades diárias, além de ser rico em proteínas, vitaminas, minerais e fibras, contribuindo para a saúde de várias maneiras.
Benefícios do feijão para a saúde
Entre os nutrientes presentes no feijão, destacam-se as proteínas ricas em lisina, um aminoácido essencial que complementa a qualidade das proteínas dos cereais, como o arroz. Esta combinação forma uma refeição de alto valor nutricional, muito consumida no Brasil. O feijão também é rico em vitaminas do complexo B, que são importantes para o metabolismo energético, e em minerais como ferro, cálcio, potássio e fósforo, que são fundamentais para a manutenção da saúde óssea, a regulação da pressão arterial e outras funções vitais do organismo.
As fibras presentes no feijão desempenham um papel importante no bom funcionamento do intestino e ajudam a controlar os níveis de colesterol e glicose no sangue, o que contribui para a prevenção de doenças crônicas, como diabetes e problemas cardíacos.
O papel do feijão na prevenção da anemia
Um dos benefícios mais notáveis do feijão é sua contribuição no combate à anemia ferropriva, uma condição causada pela deficiência de ferro no organismo, comum especialmente entre mulheres e crianças. Os feijões, principalmente os tipos preto e carioca, são ricos nesse mineral, o que os torna aliados valiosos na prevenção e no tratamento da anemia. Para melhorar ainda mais a absorção do ferro presente no feijão, é recomendável consumi-lo junto a alimentos ricos em vitamina C, como laranja, limão ou tomate.
Reflexos culturais e econômicos
A queda no consumo de feijão também reflete mudanças nos hábitos alimentares e nas condições econômicas da população. Com a rotina cada vez mais acelerada, muitos brasileiros têm optado por alimentos prontos ou de preparo rápido, deixando de lado pratos tradicionais que demandam mais tempo de preparo, como o feijão. Além disso, o aumento do preço do feijão em algumas regiões também pode ser um fator que contribui para a redução do seu consumo, especialmente entre as classes mais baixas.
