Uma investigação apontou juízes arbitrais e servidores públicos lotados na Companhia de Desenvolvimento de Roraima (Codesaima), em um esquema de venda e regularização fraudulenta de terrenos pertencentes ao Estado.
A investigação foi realizada pela Divisão Especial de Combate à Corrupção (Decor), da Polícia Civil.
O crime foi comunicado à Polícia Civil pela própria Presidência da Codesaima. A investigação tramitou em segredo de justiça desde 2021 e foi conduzida pela delegada Magnólia Soares, após a descoberta de uma transação suspeita envolvendo terrenos públicos, fato denunciado pelo então Presidente da Companhia à época.
O esquema, segundo a delegada, envolvia a utilização indevida de uma parceria entre a Codesaima e o TJAEM (Tribunal Arbitral do Estado de Roraima). O acordo, que deveria servir apenas para a regularização documental de imóveis já na posse dos mutuários, foi utilizado para a venda irregular de terrenos a preços abaixo do mercado, com parte dos valores indo para os cofres da Companhia e o restante dividido entre os envolvidos.
“Após mais de dois anos de investigação, que incluiu análises detalhadas de dados bancários, o inquérito foi finalizado e remetido ao Ministério Público, com o indiciamento de cinco pessoas por peculato e associação criminosa”, disse a delegada.
Quanto à situação criminal dos envolvidos, a delegada ressaltou que “agora cabe à justiça decidir se acata os indiciamentos ou vai requerer mais diligências quanto aos fatos”.