O ministro do Turismo, Celso Sabino, em entrevista à Folha de Boa Vista, discutiu o impacto econômico do turismo em baixa temporada e os planos específicos para a região Norte do Brasil. A entrevista ocorreu no contexto do Feirão do Turismo: Conheça o Brasil, evento que acontece de 24 a 26 de agosto, simultaneamente em 14 cidades do país, incluindo Boa Vista. O objetivo do evento é fomentar o turismo interno durante a baixa temporada.
Sabino destacou o potencial econômico do turismo em baixa temporada, afirmando que o Ministério do Turismo busca alcançar, até 2027, a meta de 150 milhões de brasileiros viajando pelo país.
“Temos como meta alcançar, até 2027, a marca de 150 milhões de brasileiros viajando pelo Brasil e iniciativas como o 1º Feirão do Turismo: Conheça o Brasil são um instrumento eficaz para contribuir com esse objetivo. Temos um mercado interno com muito potencial, mas precisamos dar condições para que ele possa se desenvolver plenamente e o período de baixa temporada é ideal para isso. Desde o início do governo do presidente Lula, temos registrado diversos recordes e resultados positivos. Somente o setor de turismo foi responsável por cerca de 270 mil empregos com carteira assinada no país, sendo quase 100 mil apenas nos primeiros seis meses de 2024. Temos avançado também no cenário internacional com o registro do melhor primeiro semestre da história em arrecadação de gastos de estrangeiros no país. Os 3,6 milhões de visitantes internacionais que vieram ao Brasil nos seis primeiros meses no ano movimentaram US$ 3,7 milhões, o equivalente a R$ 20,9 bilhões na economia nacional. Esse valor ultrapassa inclusive o mesmo período de 2014, ano da Copa do Mundo. Eventos como o Feirão prometem manter a economia brasileira aquecida mesmo nos períodos de baixa temporada e contribuindo para a geração de emprego e renda para nossa população.
O ministro também apontou as vantagens do turismo fora de temporada, tanto para turistas quanto para destinos.
“São muitas as vantagens de viajar fora de temporada. A começar pelos preços, uma vez que na baixa temporada, tanto produtos quanto serviços turísticos tendem a ser comercializados com preços mais baixos para atrair mais turistas. Outra vantagem é conseguir conhecer os destinos com calma e qualidade, sem tantas filas. E para os destinos a vantagem é continuar recebendo turistas, mantendo empregos e a economia aquecida mesmo em baixa temporada”
Quando questionado sobre planos para fortalecer o turismo na região Norte. Sabino destacou investimentos em infraestrutura turística e conectividade aérea.
Em 2025, a realização da COP 30, em Belém (PA), em novembro, mostrará ao mundo o Norte do país. Nós temos promovido uma série de ações de preparação do setor para a COP 30, entre elas, o aporte de R$ 100 milhões do Fundo Geral de Turismo (Novo Fungetur) para a concessão de financiamentos em condições especiais a empreendimentos turísticos privados do estado, contemplando a realização de obras, compra de equipamentos e obtenção de capital de giro, tudo para aprimorar a infraestrutura turística e receber mais e melhor. Não tenho dúvida de que a realização do maior evento de mudança climática em nossa região servirá para mostrar todas as nossas belezas e encantos para o mundo.
O Feirão do Turismo entra como uma importante estratégia de incentivo de viagens, facilitando com que os brasileiros realizem seu sonho de conhecer o Brasil aproveitando o período de baixa temporada.
Sobre os desafios logísticos enfrentados por Roraima, como a falta de voos e a pouca variedade de destinos, Sabino afirmou que o Ministério do Turismo está atento a essa situação e trabalha para melhorar a conectividade aérea. Ele afirma que as ofertas do Feirão irã atender as demandas de todo o país, incluindo Roraima.
As ofertas do Feirão estão prontas para atender demandas em todo o país e uma das prioridades do Ministério do Turismo é a melhoria da conectividade aérea doméstica e internacional. Neste ano, importantes empresas do setor aéreo internacional, como Emirates, American Airlines e Air France, anunciaram novas rotas de conexão entre diferentes destinos estrangeiros e o país. Para atrair mais voos internacionais ao Brasil, o governo federal lançou o Programa de Aceleração do Turismo Internacional (PATI). A iniciativa é fruto de uma parceria entre o Ministério do Turismo, o Ministério de Portos e Aeroportos e a Embratur, que atuam em dois eixos: a ampliação da oferta de assentos regulares em voos internacionais e a melhoria da experiência dos turistas em aeroportos brasileiros.