Cotidiano

Servidores estudam possibilidade de greve se não houver acordo

Anúncio foi feito em assembleia com representantes de sindicalizados que terão reunião com governadora na manhã de hoje, 18

“O estado de Roraima está falido, quebrado”, iniciou o relato do presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Roraima (Sindpol), Leandro Almeida, em uma assembleia convocada na tarde de ontem, 17, pelas lideranças sindicais que representam os servidores estaduais. Há meses sem receber, os servidores concordaram em deflagrar greve geral caso não haja acordo com o Governo do Estado sobre os pagamentos atrasados.

Na manhã de hoje, 18, os representantes sindicais terão uma reunião com a governadora Suely Campos, a partir das 10h, para solicitarem ações imediatas sobre a situação. Segundo o presidente do Sindpol, não existe mais nenhuma possibilidade de governabilidade por parte da gestão atual e que a situação é “catastrófica”.

Durante a conversa, as lideranças sindicais ressaltaram que a informação prestada pelo Governo do Estado que não há possibilidade de pagamento dos servidores por conta de bloqueios judiciais é falsa, já que os poderes Judiciário e Legislativo afirmaram que o repasse do duodécimo para os órgãos é de apenas 17% dos recursos estaduais. “Talvez a gente esteja acordando um pouco tarde, fizeram muita bagunça com o nosso estado”, completou Almeida.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Auditores da Secretaria de Fazenda (Sindfisco), Jorge Teixeira, houve diversas tentativas de encontro com o titular da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) para que fosse conversado sobre a necessidade de ter ajustes fiscais nas contas estaduais, mas que nunca foram recebidos. Teixeira prosseguiu dizendo que desde o ano passado o Executivo vinha sendo alertado sobre a situação e que deveriam pagar os servidores, porém não tomou nenhuma medida.

O sindicalista destacou que, em setembro do ano passado, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) era de R$ 576 milhões e que, este ano, subiu para R$ 625 milhões, incremento de aproximadamente 8%. Já sobre o Fundo de Participação dos Estados (FPE), Teixeira garantiu que em setembro de 2017 o valor total era de R$ 1,544 bilhão e, em setembro de 2018, chegou a R$ 1,649 bilhão, acréscimo de 6%.

“Portanto, a gente já descarta essa ideia que o estado estava falido. Faliram o estado, isso é outra história. Infelizmente as informações do Fiplan, que é o sistema de contabilidade do Governo, onde deveriam estar todas as despesas e pagamentos, não são confiáveis e não traduzem a realidade”, enfatizou.

Parte dos servidores concordou em continuar realizando os trabalhos até que tenha o resultado da reunião, caso não consigam encontrar medidas viáveis, será deflagrada greve em todos os setores. Contudo, alguns manifestaram desejo em já realizar a greve geral porque acreditam que a conversa com a governadora não terá bons resultados e já aguardaram por muito tempo.

Agentes penitenciários paralisam atividades

Entrega do ‘sacolão’ está suspensa, segundo agentes (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

De acordo com a presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Joana D’Arc, os penitenciários já deram início à paralisação nos serviços na tarde de ontem, 17, e que não haverá visitas e nem entrega de sacolão por parte dos familiares dos detentos.

“Teremos somente efetivo de segurança. Não fizeram o pagamento da alimentação dos presos, pagaram somente 15 dias e não pagaram mais. A nossa parte nós estamos fazendo, só tá funcionando saída de emergência e alvará de soltura, o resto está tudo suspenso”, destacou.

A presidente do Sindicato enfatizou ainda que há uma equipe de prontidão para evitar possíveis fugas, mas que todo o efetivo está paralisado por conta de quatro meses de atraso nos salários. “Se a gente não se movimentar, a gente não tem perspectiva de ter salários nos próximos seis meses. Não existe a possibilidade de o Estado sanar esse débito que tem com os poderes por conta dos bloqueios. São sucessíveis bloqueios e isso vai causando impedimento no repasse”, encerrou. (A.P.L)