A tentativa de alteração de nomes de prédios históricos em Roraima por interesse político foi criticada pela presidente da Academia Roraimense de Letras, Cecy Brasil, durante entrevista no programa Agenda da Semana deste domingo (01).
Entre as propostas está a iniciativa de mudança do nome do Parque Anauá para Parque Ottomar de Souza Pinto, em homenagem ao ex-governador de Roraima. Outra mudança sugerida foi de alterar o nome da Maternidade Nossa Senhora de Nazareth. Para Cecy, essa prática antiga é de interesse político.
“Sempre que ocorre um fato desse é ano político. Isso é uma ação política desastrosa. As pessoas querem aparecer e dizer que estão fazendo alguma coisa. Poxa vida, vamos fazer o certo e não o errado. Vamos aparecer contribuindo e não destruindo”, analisou.
Com relação à homenagem ao ex-governador, Cecy reforçou a importância de Ottomar para a história do Estado, mas acrescentou que sua figura está bem representada em Roraima, com homenagens na Capital e em todos os outros municípios. “É uma política partidária de interesse, para sair na mídia. Falta de conhecimento, de cultura e de respeito”.
A presidente salientou ainda que pediu audiência com a Assembleia Legislativa e a Câmara Municipal, em parceria com o Conselho de Cultura, para esclarecimentos. Ela pede que quando fosse solicitado ou determinado a mudança de nomes de prédios históricos, que fosse consultado o Conselho de Cultura e a Academia Roraimense de Letras, para que não haja injustiça com a memória do Estado.
Casa da Cultura abre para visitações em setembro
A presidente também destacou os recentes avanços de preservação da cultura de Roraima, entre eles, a restauração da Casa da Cultura, que virou sede da Academia Roraimense de Letras. A sede estará aberta a partir de setembro para visitações.
“O governador está nos devolvendo exatamente o que nós queremos, a nossa memória e a nossa história. Isso é mais importante do que o próprio prédio”, destacou Cecy.
Em outro momento da entrevista, Cecy informou ainda como está o andamento da preservação de outros prédios históricos de Roraima, entre eles, o Museu do Estado. Segundo a presidente, os itens foram arquivados e catalogados e uma nova sede será construída para abrigar os materiais.
“A demolição do Museu, como da Secretaria de Educação, é um crime. O governador [Antonio Denarium] tem que reconhecer isso. Sem querer botar panos quentes, mas acho que foi falta de assessoramento. Se nós não tivéssemos, o nosso grupo de confrades, ido contar para o governador a história da Escola Professor Diomedes também teria sido demolida”, avaliou.
Confira a entrevista na íntegra: