Cotidiano

Sesp reforça ações contra crime organizado

Secretário de Segurança afirma que trabalhos de investigação para desarticular facções criminosas seguem em sigilo

É cada vez maior o desafio das autoridades da segurança pública no combate ao avanço do crime organizado em Roraima. Na quinta-feira passada, agentes da Divisão de Captura (Dicap) da Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc) prenderam uma jovem de 19 anos acusada de pertencer a uma organização criminosa que, nos últimos meses, promoveu uma série de atentados a bens públicos na Capital.
Com a mulher foram encontrados drogas, dinheiro e um celular onde constavam várias mensagens entre a jovem e criminosos de alta periculosidade. Ela era incumbida de levantar endereços de policiais militares e agentes penitenciários para que estes fossem alvos de atentados. Além disso, ela era responsável também pelo armamento e tramava assaltos a estabelecimentos comerciais.
Diante das recentes ações, vários órgãos resolveram reforçar as ações de monitoramento ao crime organizado. “Com base nas informações que foram colhidas no flagrante dessa jovem, mais as ações ocorridas anteriormente, foi determinado que cada um desses órgãos orientasse seus servidores a aumentar a atenção no que diz respeito à vigilância externa, principalmente perto de suas residências, a fim de coibir qualquer tipo de ação criminosa desses elementos”, afirmou o presidente do Gabinete de Gestão Integrado (GGI) e secretário estadual de Segurança Pública (SESP), Januário Lacerda.
“Apesar de ser uma ação continua, independente das circunstâncias, o Ronda no Bairro [programa da Polícia Militar], por exemplo, foi orientado a monitorar essas situações. Como esses criminosos estão montando as ações contra os agentes de segurança, a tendência é que fiquemos um pouco mais atentos para pequenos detalhes, que no final nos ajudem a conseguir abortar uma ação criminosa ou um atentado contra uma pessoa do Estado. É sempre bom deixar claro que quando há um atentado contra um policial, essa ação é contra o Estado democrático de direito. Aí é uma responsabilidade do sistema de segurança e também da comunidade para nos auxiliar”, complementou.
Conforme Lacerda, as investigações seguem em sigilo, destacando os últimos avanços feitos pela divisão de inteligência da Polícia Civil. “A Segurança pública está preparada para lidar com esse tipo de assunto, tanto que, ao abordar uma situação dessas, toda a estrutura de ação desse grupo é abortada. E assim aconteceu com os casos anteriores, em que a atuação de criminosos foi duramente desarticulada. Isso mostra que o nosso serviço de inteligência está funcionando, porque se não estivesse, essa moça teria alcançado o contento dela e essa organização criminosa teria posto sua ação em prática. Nós estamos juntos a outros órgãos, compartilhando informações na intenção de estarmos à frente de qualquer ação criminosa que por ventura possa surgir”, destacou.
O secretário aproveitou para ressaltar a importância da população no combate ao crime organizado. Para ele, garantir a ordem pública é um dever não só das polícias, mas de toda a sociedade. “A segurança pública não é feita apenas pelos órgãos de segurança. Ela tem que ser feita também de forma coletiva. E a sociedade é parte fundamental para isso. A gente pede da população que participe da ação contra esse tipo de ocorrência. Se observar algum movimento estranho, seja perto da sua casa, avise a polícia, porque isso auxilia a gente a estar a um passo à frente desses criminosos”.
MINISTÉRIO PÚBLICO – A Folha entrou em contato com o Ministério Público de Roraima, que, por meio de nota, informou que “no momento oportuno, irá se manifestar acerca do caso da jovem de 18 anos”.
No que diz respeito às demais investigações ao crime organizado, afirmou que o Grupo de Atuação Especial de Combate à Organização Criminosa (Gaeco), com o objetivo de melhor instruir os procedimentos e para que não haja prejuízo às investigações, não irá se pronunciar sobre o assunto. (M.L)