O que é preciso para montar um jornal? Muitos poderão dizer que apenas papel e caneta ou uma memória infalível. Coragem, esperteza e rapidez dirão outros. Hoje em dia a ideia é até que não se precisa de mais nada, basta um celular conectado à internet. Mas não é bem assim. A resposta é que, para ter um jornal, é preciso de credibilidade. Tratar os fatos e a opinião do povo com responsabilidade para garantir que todos tenham certeza do que foi publicado. É respeitando esses critérios que a Folha de Boa Vista completa 35 anos e se consagra como o principal veículo de comunicação do Estado.
Para chegar ao patamar atual foi necessário ultrapassar muitos desafios. O primeiro, de criar um veículo independente, sem amarras políticas, na Região Norte, em meados dos anos 1980. Assim quis o grupo fundador da Folha, os jornalistas Fernando Estrela, Sandra Regina Tarcitano, Cosette Espíndola de Castro e Cícero Cruz.
A primeira edição da Folha de Boa Vista circulou em 21 de outubro de 1983 e foi montada de forma artesanal, sendo necessário levar o material para impressão em Manaus, no Amazonas. Na época, era veiculado somente um caderno, três vezes por semana.
Cinco anos depois, em 1988, a Folha encontrava dificuldades para se manter, tendo uma veiculação semanal e irregular. Nesta época, o economista Getúlio Cruz decidiu adquirir a Editoria Boa Vista e se enveredar junto com a sua família no meio da comunicação.
O empresário Getúlio Cruz construiu junto com a família, o maior grupo de Comunicação do Estado (Foto: Arquivo/FolhaBV)
Dessa forma, a Folha conseguiu abrir portas para muitos profissionais do mercado local. Mas nem tudo eram flores. Neste período, a empresa enfrentou algumas dificuldades em razão das instalações precárias, dívidas e equipamentos antigos. Na época, a impressora do jornal, modelo Kolometal, precisava de 10 horas para emitir 300 exemplares. A impressão em tempo hábil só foi possível em 1989, com a aquisição de uma impressora usada, modelo Solna 132.
Nos anos 1990, frente à crise financeira e perseguições políticas, o jornal chegou a ficar perto de parar, mas graças ao esforço da equipe de funcionários e da administração, foi possível enfrentar os obstáculos em rumo a novos horizontes. Neste ano foi adotado o slogan “Um jornal necessário”, frente ao dever de manter o veículo de comunicação.
A partir de então, a Folha começou os seus planos de inovação e introdução nos diferentes modelos de mercado, prezando sempre por um jornalismo com isenção, apolítico e com liberdade para matérias investigativas.
JORNAL IMPRESSO – Depois de 14 anos da sua criação, o jornal impresso passou por algumas formulações. Em 1997 a Folha adquiriu uma impressora rotativa e passou a circular com dois cadernos, de segunda-feira a sábado. Dois anos depois, em 1999, o jornal passou a ter edição única abrangendo o final de semana. Foi neste mesmo ano que os cadernos circularam coloridos pela primeira vez, no dia 31 de dezembro, virada do milênio.
Em 1999, o jornal passou a ter edição única abrangendo o final de semana (Foto: Arquivo/Folha BV)
Em 2002 foram eliminadas as fotografias em papel e utilizadas somente imagens digitais. Dois anos depois, o jornal passou a circular com um caderno destinado somente aos classificados. Em 2003, a capa e a contracapa do jornal passaram a ser coloridas, o que também motivou uma reformulação no layout. De tempos em tempos, o modelo tende a ser reformulado, para melhor se adequar ao leitor.
Atualmente, o caderno A apresenta as principais notícias de uma forma mais aprofundada na área de política, cidades e polícia. O objetivo dos repórteres é priorizar o factual e as denúncias da população, como uma forma de dar voz ao povo. Desde então, a Folha registrou fatos históricos da sociedade roraimense, como o intenso incêndio florestal em 1997, a demarcação da terra indígena Raposa Serra do Sol, a morte de mais de 30 bebês na maternidade no final dos anos 1990, as guerras entre as facções criminosas e rebeliões no sistema prisional, visitas de presidentes, e, mais recentemente, a migração venezuelana para o Estado.
O caderno também aborda os bastidores de Roraima com a coluna Parabólica, dá oportunidade à população pelos artigos de opinião, espaço do leitor e nas enquetes do “Você na Folha”, além de trazer os principais fatos da sociedade roraimense na coluna da jornalista Shirley Rodrigues.
Já o caderno B traz o que há de novo na música, dança, arte, literatura e entretenimento do Estado, o especial de saúde e as disputas dos esportes. O exemplar também traz o que está acontecendo na cidade com a coluna “Okiá”, a história do Estado na “Minha Rua Fala”, os cuidados com os animais na “Mundo Pet”, os eventos religiosos na “Folha Gospel”, turismo de aventura com a “Roraima ao Extremo”, dicas de carreira com a “Folha Cursos & Concursos” e de arquitetura com a “Decore + BV”.
A coluna “Letras Saborosas” traz o que há de inovação no mundo culinário, a “RoraimaRocknroll” aborda as mais recentes novidades do estilo e a “Visão de Negócios” orienta os passos para o mundo empresarial. Para finalizar, o “Canoa Pop” ressalta o circuito de arte independente e a “Cabine de Projeção” apresenta as últimas notícias do cinema.
Em datas marcantes, como no Dia das Mães, das Mulheres e dos Namorados ou no Aniversário de Boa Vista, a Folha também veicula suplementos gratuitos junto ao jornal impresso, com matérias especiais. Outras novidades trazidas para o jornal impresso é a possibilidade de acessar um conteúdo complementar em vídeo, bastando baixar o aplicativo “Magicpix” e direcionar a câmera do celular para a foto impressa. Os assinantes também podem acessar todo o conteúdo do jornal impresso na íntegra pela Folha Digital.