Cotidiano

Das três termelétricas, duas já estão prontas esperando licença de operação

As usinas do Distrito Industrial, em Boa Vista, e a de Novo Paraíso, em Caracaraí, já estão prontas para funcionar

A construção e ampliação do parque termelétrico da Eletrobras Roraima, com a instalação de três usinas, deve começar a gerar energia até o dia 25 de março com a instalação de novos equipamentos nas usinas do Distrito Industrial, zona Sul da Capital, e a de Monte Cristo, zona rural, que irão fortalecer o abastecimento de energia em Boa Vista, e a usina de Novo Paraíso, no Município de Caracaraí, Centro-Sul do Estado.
Segundo o diretor do Departamento de Operação, Manutenção e Geração da Eletrobras Distribuição Roraima, Jocely Ferreira Lima, a usina do Distrito Industrial, que vai gerar 20 megawatts, e a usina de Novo Paraíso, que vai gerar 12 MW, estão esperando apenas a Licença de Operação (LO) da Femarh (Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos).  
“As usinas do Distrito Industrial e a de Novo Paraíso já estão prontas e instaladas na rede apenas aguardando a licença da Femarh para começar a funcionar”, disse ao acrescentar que a Eletrobras já entregou todos os documentos solicitados e aguarda a liberação da licença até o final deste mês. “Estivemos na semana passada com o presidente da Femarh, Rogério Martins, e ele nos garantiu que a comissão técnica está analisando todos os documentos e que o relatório de emissão dessas licenças deve sair até o final deste mês”.  
Já a usina de Monte Cristo, que vai gerar 98 MW, está em fase de implantação e tem previsão de entrar em operação no dia 15 de março. Ferreira afirmou que a documentação de operação também já foi solicitada a Femarh. “Essa usina vai trabalhar como uma reserva girante de energia, para que se consiga absorver isso quando ocorrerem os curtos-circuitos na rede elétrica e minimizar os problemas de afundamentos de tensão, oscilações e quedas de energia, fortalecendo o abastecimento de energia na Capital”, disse.
FONTE – O diretor Jocely Ferreira reconhece que a geração termelétrica não é a melhor fonte geradora de energia, mas que não vê alternativa até que se conclua a interligação de Roraima com o Sistema Integrado Nacional (SIN).
“Enquanto isso não acontece, temos que contratar a geração de energia por termelétrica, já que, por outro lado, a Venezuela não vem demonstrando nenhum sinal de que pode melhorar o suprimento”, disse. “Mas a Eletronorte está construindo um compensador estático, que será conectado à linha que vem da Venezuela, para dar um ganho de potência e minimizar os problemas de fornecimento de energia no Estado”, frisou. (R.R)
Oscilações vêm de sobrecarga e pouca energia para distribuir
Embora tenha afirmado que as oscilações no sistema de energia elétrica diminuíram bastante nos últimos meses, o diretor do Departamento de Operação, Manutenção e Geração da Eletrobras Distribuição Roraima, Jocely Ferreira Lima, explicou que as causas das quedas e oscilações que ocorreram nas últimas semanas foram devido à realização de serviços preventivos na subestação da Eletronorte no Monte Cristo, zona rural, para realizar manobras de cargas no sistema.
Ele informou que um procedimento automático, realizado pelos operadores da subestação, foi o que ocasionou algumas oscilações de tensão. Porém, explicou que o fato ocorreu devido ao sistema estar sobrecarregado, uma vez que, com o sistema normal com suprimento de energia forte, esse tipo de oscilação não deveria ocorrer. “Existe uma falha no suprimento para atender à demanda que está quase no limite. Isso provoca essas oscilações, ou afundamento no sistema, que ocorrem quando é feita uma manobra ou qualquer problema isolado no sistema”, disse.
Como exemplo, Ferreira citou um problema ocorrido na manhã de ontem em um dos alimentadores que saem da subestação do Centro, de onde partem nove redes elétricas. Uma delas apresentou problema que resultou numa grande oscilação no restante das redes.
“Isso é fruto do nosso suprimento de energia, que é fraco e não tem a robustez necessária para evitar o afundamento quando ocorre um problema de curto-circuito na rede elétrica”, disse.
O problema é explicado, pelo diretor, com uma conta simples. São 171 megawatts de consumo e aproximadamente 110 MW vindos da Venezuela, além de mais 60 produzidos em Roraima, sendo 40 na Usina de Floresta e mais 20 na usina do Distrito Industrial. “Nossa distribuição está no limite de operação do que temos para distribuir”, disse. “Estamos trabalhando para tentar resolver os problemas com a instalação de três usinas termelétricas e, quando estiverem funcionado em sua capacidade total, vai gerar 129 megawatts, energia suficiente para resolver quase que 100% dos problemas de oscilação”, disse.
“Ficaremos apenas com os possíveis problemas de nossa rede exposta, de cabos não isolados, que estão sujeitos a abalroamento de trânsito, curtos-circuitos, e isso ocasiona oscilações, mas vamos conseguir diminuir bastante o problema de afundamento de rede”, disse. Solução mesmo só com a chegada da energia vinda pelo Linhão de Tucuruí”, frisou.
TUCURUÍ – Jocely Ferreira falou também sobre o Linhão de Tucuruí, vindo de Manaus (AM), que está demorando a ser concluído para que em dois anos a energia produzida em Roraima seja insuficiente. “Se não hover nenhuma sinalização por parte do Ministério das Minas e Energia e da Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica] de que esse linhão não chegue até 2017, é muito provável que teremos que contratar mais geradoras termelétricas, pois a tendência é de crescimento populacional, chegada de indústrias e de produtores. Então, tem que haver demanda suficiente para todos”, comentou.
Segundo ele, como não é uma obra da Eletrobras, a empresa não tem muitos detalhes sobre a obra. “Pelo que ficamos sabendo, está havendo um entrave na Terra Indígena Wamiri-Atroari que está impedindo a conclusão do projeto”. (R.R)