Cotidiano

Ville Roy ganha calçadas e dá acesso a terrenos baldios

Enquanto isso, escolas municipais na zona oeste ainda aguardam por investimento e revitalizações de meio-fio e sarjeta

Com recursos oriundos do Ministério das Cidades, a Prefeitura de Boa Vista (PMBV) tem executado obras de mobilidade urbana em alguns pontos na Capital. O problema, segundo moradores de bairros da zona oeste, é que o investimento normalmente é aplicado nas áreas centrais, que já receberam melhorias. A reclamação atual é da construção de calçadas na Avenida Ville Roy enquanto moradores dos bairros periféricos não recebem a mesma atenção.

Segundo a Prefeitura, as obras mais recentes na Avenida Ville Roy iniciaram em meados de setembro e correspondem à construção de mais de 1.300 metros de calçadas, meio-fio e sarjeta no trecho que corresponde aos bairros Caçari e 5 de Outubro, próximo à Faculdade Cathedral. No entanto, em muitos casos, as calçadas estão sendo construídas dando acesso a terrenos baldios, abandonados e cheios de mato, ou comércios ainda nem inaugurados.

Na época, o Município justificou as obras por conta da necessidade que o pedestre tivesse um local destinado para si, dar maior segurança aos moradores e também para valorizar os bairros já que obras desse nível dão valor aos imóveis.

ZONA OESTE – Em contraponto, na rua Rui Baraúna, no bairro União, as calçadas próximo à escola municipal Criança Feliz estão completamente deterioradas e necessitando urgente de uma revitalização.

Já na rua Deco Fonteles, no Jardim Floresta, nem há calçada em volta da escola municipal Sonho Infantil, somente um meio-fio. “Quando chove, as crianças têm que ficar esperando na lama. Têm que entrar na sala de aula com a barra da calça molhada”, diz uma moradora.

Uma comerciante, que também é moradora do bairro Jardim Floresta, explica que teve que arcar sozinha com a construção da calçada do seu estabelecimento, por ter cansado de esperar pelo serviço público.

“A calçada fui eu que fiz, uns cinco anos atrás. Era tudo areia aqui. Onde eu moro também fui eu quem fiz. No verão era só poeira. E no inverno empoça água e fica um lamaçal. Era muito custo”, completou a comerciante que preferiu não se identificar. “Eles fizeram parte das calçadas, mas parou. Tem que continuar”, acrescentou.

OUTRO LADO – A Folha entrou em contato com a Prefeitura de Boa Vista para saber os critérios que são escolhidos para definir os investimentos em mobilidade urbana, o que determinou para que a Avenida Ville Roy fosse escolhida mais uma vez para receber os recursos e qual a previsão de contemplação dos bairros da zona oeste da Capital, porém, não recebeu retorno até o fechamento da matéria.