Entre as centenas de pessoas que acompanharam o desfile cívico de 7 de setembro em Boa Vista, uma família se destacou pela dedicação à tradição: Maria Mendes, de 86 anos, que há 73 anos faz questão de prestigiar o evento. Acompanhada pela filha, Maria Cátia Rodrigues, e os netos, a idosa relembrou com carinho suas primeiras memórias do desfile e o legado que construiu ao longo das décadas.
“Eu acompanho esse desfile desde os 13 anos”, afirmou dona Maria. “Naquela época, eu morava em Mucajaí. Quando vim pela primeira vez, achei a coisa mais linda do mundo. Desde então, venho quase todos os anos. Adoro o desfile, acho muito bonito.” Apesar da idade, dona Maria ainda mantém a animação e a tradição. “Hoje estava com preguiça, confesso. Mas minha filha chegou e disse: Mãe, vamos pro desfile’. Levantei correndo e vim”, contou.
A paixão pela cerimônia cívica é tanta que ela já tem até suas partes preferidas. “Eu gosto muito das alegorias, mas o que acho mais bonito mesmo é o exército. Adoro a parte dos oficiais e do policiamento”, afirmou. Para ela, o evento é uma celebração da liberdade e da independência do Brasil, um motivo de orgulho que se reflete em cada detalhe do desfile.
Essa tradição passou para a filha, Maria Cátia, médica, que também faz questão de manter vivo o costume de acompanhar o desfile. “Desde criança, eu desfilava pela escola. Naquela época, as escolas participavam muito mais, e hoje já não é tão comum. Então, eu faço questão de trazer meus filhos”, contou Cátia. E ela vai além para garantir que o 7 de setembro seja especial para os filhos. “Hoje mesmo acordei todos com o Hino Nacional! Coloquei também o Hino da Independência e o da Bandeira. Foi assim que chamei todo mundo para sair de casa”, disse.
Cátia contou também sobre a importância de continuar essa tradição familiar. “Se eu não fizer questão de manter essa cultura, meus filhos vão acabar perdendo isso. Desde bebês, a gente já traz eles para o desfile”, explicou. “É algo que aprendi com a minha mãe, e agora faço questão de passar para eles. É uma forma de não deixar a tradição e o patriotismo se perderem”, concluiu.