O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se comprometeu, nesta terça-feira (10), a retomar as negociações para reconstruir a BR-319, que liga Manaus a Porto Velho. A rodovia federal é como uma continuação da BR-174 para o Centro-Sul do País e uma passagem para quem vem de outras regiões para o extremo Norte do Brasil.
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A pavimentação de 405 dos 885 quilômetros da via é alvo de controvérsias há décadas por estar em uma região ambientalmente sensível da Amazônia. Em visita à aldeia Kainã, do povo munduruku, em Manaquiri (AM), Lula defendeu a reforma desde que não haja desmatamento e que exista um pacto entre o Estado do Amazonas e o governo federal.
Na ocasião, o presidente defendeu a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, de que seria contra a reconstrução da rodovia. “Ela foi construída nos anos 70, ela foi abandonada por desleixo não sei de quem, ficou sem funcionar. Ela tem uma parte pra cá que funciona, uma parte para lá que funciona e no meio são 400 quilômetros que foram inutilizados”, acrescentou.
Lula argumentou que há cobranças internacionais para a preservação da floresta, mas afirmou que a política do governo é desenvolver economicamente a região, com sustentabilidade ambiental. “O mundo que compra o nosso alimento está exigindo que a gente preserve a Amazônia. E por quê? Porque eles estão querendo que a gente cuide do ar que eles respiram. Eles não preservaram as terras deles no século passado, quando houve a revolução industrial”, disse.
“Nós queremos utilizar a Amazônia não como santuário da humanidade, mas como patrimônio soberano deste País e estudar a riqueza da biodiversidade para saber se a gente consegue fazer com que que os povos indígenas, os ribeirinhos, os nossos seringueiros, os nossos extrativistas vivam e ganhem dinheiro por conta da preservação da Amazônia”, explicou Lula.
Segundo o presidente, as conversas para a retomada das obras envolverão diversos ministérios do Executivo federal, os governos locais, parlamentares e “quem mais for necessário”. “Nós temos consciência que, enquanto o rio estava navegável, cheio, a rodovia não tinha a importância que tem, enquanto o rio Madeira estava vivo. E nós não podemos deixar duas capitais isoladas. Mas nós vamos fazer com a maior responsabilidade e queremos construir uma parceria de verdade”, completou.
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*Com informações da Agência Brasil