No dia 13 de setembro se comemora o Dia da Cachaça, a data foi criada em 2009, pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC).
A franquia Água Doce Sabores do Brasil, fundada em 1990, com 80 unidades em sete estados brasileiros, foi pioneira na valorização da cachaça no País, investindo também na variedade de opções da bebida, com o uso em caipirinhas e outros drinques. E encaminhou algumas curiosidades sobre a bebida, que achei bem interessante junto com algumas receitas bem diferentes de caipirinhas.
A cachaça também é conhecida como pinga, marvada, branquinha, é um destilado 100% brasileiro que é elaborado a partir da cana-de-açúcar, com graduação alcoólica entre 38% e 48% em volume. É vendida em doses em bares da periferia ou em restaurantes e cachaçarias.
O “cachacier” (sommelier de cachaças) Delfino Golfeto, fundador da rede Água Doce Sabores do Brasil desvendou algumas curiosidades.
Segundo ele, a cachaça é a terceira bebida destilada mais consumida no mundo e a primeira no Brasil, segundo os dados do Programa Brasileiro de Desenvolvimento da Aguardente de Cana, Caninha ou Cachaça (PBDAC), a produção é em torno de 1,3 bilhão de litros por ano, sendo que 75% de fabricação industrial e 25% de fabricação artesanal. Além disso, de acordo com informações da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Brasil consome quase toda a produção de cachaça, ou seja, apenas cerca de 1% a 2% é exportado, o equivalente a 2,5 milhões de litros. Neste caso, os principais países compradores são Alemanha, Paraguai, Itália, Uruguai e Portugal.
Existem mais de 4 mil marcas de cachaça no mercado brasileiro. E no início de 2023 foi lançada a mais cara do mundo aqui no Brasil. O valor de venda é de US$ 180 mil, o equivalente a quase R$ 1 milhão.
Ainda segundo o Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC), feita exclusivamente com cachaça, limão, açúcar e gelo, a Caipirinha foi criada no interior do estado de São Paulo, como remédio contra gripe. Isso ocorreu em 1918, durante o surto da Gripe Espanhola no Brasil. Mas tornou-se conhecida apenas na Semana de Arte Moderna, em fevereiro de 1922. Hoje, é um dos drinques mais consumidos no Brasil e mundo afora quando o assunto é cachaça.
A bebida destilada, a cachaça é brasileira, mas a cana de açúcar não é do Brasil, e sim da ilha de Nova Guiné, na Oceania, e foi trazida pelos portugueses em 1520.
Diferente de outros destilados mundiais, é possível utilizar mais de 30 tipos de madeira para armazenamento e envelhecimento da cachaça. Este fator é de extrema importância na fabricação da bebida, pois proporciona diferentes cores, aromas e sabores. O processo de envelhecimento é feito de acordo com cada tipo de madeira utilizada, sendo que as mais comuns são Carvalho, Amburana e Balsamo. Para ter qualidade, a cachaça precisa ficar armazenada por, no mínimo, dois anos em uma boa madeira. Se ficar acima de oito anos, torna-se um produto nobre e ganha status.
Como se deve beber a cachaça?Primeiro tente ver a transparência, a pureza e a oleosidade da cachaça ao movê-la dentro de um copo ou taça translúcida. Dessa forma, é possível ver as lágrimas da bebida descerem lentamente no copo, mostrando que a bebida é encorpada, como são as verdadeiras cachaças de qualidade envelhecidas em tonéis de madeira. O segundo passo é sentir o cheiro e o gosto. Deixe-a na boca por vinte segundos para que sinta o sabor nas partes palatáveis, balançando e trabalhando a bebida nestes locais sensíveis. “Normalmente, a cachaça possui um teor alcoólico mais elevado, dando a sensação que esquenta ao tomá-la. Sempre brinco que a bebida tem que esquentar e não arranhar. Cachaça boa não tem disso. Já o segundo golinho fica melhor para apreciação. Geralmente, degusto 25 ml, para avaliar uma cachaça de qualidade em 20 ou 25 minutos. Para identificar uma boa cachaça, deve mastigar o cheiro ou o líquido. É dessa forma que se aprende o que é uma cachaça de bálsamo, de carvalho e amburana”, revela Delfino.
Há dois tipos básicos de harmonização: por semelhança, com uma cachaça suave com pratos mais leves (isca de tilápia ou bolinho de bacalhau), ou a contraposição, apostando no contraste, ou seja, uma cachaça mais encorpada com pratos como: torresmo, carnes vermelhas, queijo parmesão, entre outros. Para que a bebida possa valorizar a comida é preciso levar alguns fatores em consideração, como o teor alcoólico, o índice de acidez, os sabores, o aroma e o tipo de envelhecimento. As cachaças que passam pelo processo de envelhecimento em tonéis de madeira, é preciso levar em consideração o tipo de madeira utilizada para escolher o prato para harmonização. As cachaças envelhecidas no Balsamo, combinam com filé-mignon com gorgonzola, picadinho de carne e picanha na chapa. A Amburana pode ser perfeita para um bolinho de carne de sol, bolinho de mandioca recheado, chapa mista com picanha, linguiça e filé de frango. O Carvalho, pode ser harmonizado com pratos como escondidinho, costelinha suína, torresmo e carne de sol.
Outra curiosidade é que Delfino Golfeto fundou em maio de 2004 o Museu da Cachaça, localizado em Tupã, no interior de São Paulo, onde fica a sede da Água Doce Sabores do Brasil. O local tem mais de 3 mil rótulos, além de contar a história da bebida e o processo de fabricação. Que tal preparar uma caipirinha diferenciada no dia da Cachaça?
Receitas da Água Doce Sabores do Brasil
Caipirinha de Melancia com Gengibre
Ingredientes:
1 xícara de chá de polpa da melancia cortada em cubos
100ml de cachaça
2 colheres de chá de gengibre ralado
1 colher de sopa de açúcar
10 pedras de gelo
Modo de preparo:
Coloque na coqueteleira a melancia, o gengibre e o açúcar, em seguida macere bem. Acrescente a cachaça e o gelo, e agite rapidamente. Despeje o conteúdo em um copo, decore e sirva.
Caipirinha de Abacaxi com Anis Estrelado
Ingredientes:
100g de abacaxi cortado em cubos
1 unidade de anis estrelado
100ml de cachaça
1 colher de sopa de açúcar
10 pedras de gelo
Modo de preparo:
Coloque na coqueteleira o abacaxi, o anis e o açúcar, em seguida macere bem. Acrescente a cachaça e o gelo, e agite rapidamente. Despeje o conteúdo em um copo, decore e sirva.
Caipirinha de Kiwi com Cravo
Ingredientes:
2 kiwis cortados em cubos
4 cravos da índia
100ml de cachaça
1 colher de sopa de açúcar
10 pedras de gelo
Modo de preparo:
Coloque na coqueteleira o kiwi, o cravo e o açúcar, em seguida macere bem. Acrescente a cachaça e o gelo, e agite rapidamente. Despeje o conteúdo em um copo, decore e sirva.