Realizados a cada quatro anos logo após os Jogos Olímpicos, os Jogos Paralímpicos se tornaram um dos maiores eventos esportivos do mundo, com um histórico de intuito de promover a inclusão social, as Paralimpíadas de Paris chegaram ao fim no último domingo, 08/09, com um recorde: o Brasil ficou no top 5 no quadro de medalhas, com 89 pódios ao todo. Essa é a melhor colocação na história dos jogos Paralímpicos. Após duas semanas, o Brasil encerra os Jogos Paralímpicos de Paris-2024 com a melhor campanha de sua história na competição. Foi o 5º melhor no quadro de medalhas, com o recorde de 89 medalhas _ 25 de ouro, outro recorde, 26 de prata e 38 de bronze. Só ficou atrás de China, Grã-Bretanha, EUA e Holanda.
Os Jogos Paralímpicos Paris 2024 foram realizados em 12 dias, de 28 de agosto a 8 de setembro de 2024, reunindo mais de 4.400 dos melhores atletas paralímpicos do mundo. Atualmente, os Jogos Paralímpicos estão entre os maiores eventos esportivos do planeta, a cada edição atraindo mais interesse do público. Os Jogos Paralímpicos são mais do que apenas um evento esportivo – eles ofereceram uma oportunidade única para chamar a atenção do mundo para o esporte e a deficiência, inspirar indivíduos, provocar mudanças sociais e promover oportunidades profissionais e esportivas mais inclusivas às pessoas com deficiência.
Nos Jogos do Japão, em 2021, melhor desempenho até então, foram 72 pódios no total (22 ouros, 20 pratas e 30 bronzes) e a sétima posição no quadro de medalhas. A meta do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) para 2024 era conquistar de 70 a 90 pódios e terminar entre os oito melhores. Superamos as expectativas.
Ao longo da história, diversos atletas com deficiência física participaram de edições dos Jogos Olímpicos, tendo conseguido resultados expressivos. O único caso registrado de atleta profissional que fez o caminho inverso, ou seja, competiu primeiro em Jogos Olímpicos e depois em Jogos Paralímpicos, foi o esgrimista húngaro Pál Szekeres, que conquistou uma medalha de bronze em 1988 e, após os Jogos, sofreu um acidente de carro que o deixou paraplégico. Szekeres participou de cinco Jogos Paralímpicos.
O principal objetivo da inclusão social na Paralimpíada é a valorização dos esportistas com deficiência como atletas, destacando não apenas sua atuação na competição independente de seu biótipo ou sua deficiência.
Sua importância se mede pelo fato de ser uma das maiores oportunidades de divulgação midiática para paratletas e equipes em diversos países do mundo.
Ao mostrar que as pessoas com deficiência(s) podem ser atletas de elite, os Jogos ajudam a desafiar estereótipos e a promover uma visão mais inclusiva da sociedade. A cobertura midiática ampla e as histórias de superação dos atletas contribuem para aumentar a conscientização e a aceitação da diversidade.
A inclusão vem principalmente devido ao aumento significativo do número de atletas participantes e à maior diversidade de categorias de deficiências representadas. Em comparação com edições anteriores, Paris se destacou por oferecer mais classificações esportivas que permitiram aumentar o número de pessoas com algum tipo de deficiência.
O Brasil marcou presença com a maior delegação geral e a maior participação de mulheres de sua história. Assim, os Jogos Paralímpicos terminaram como uma vitrine poderosa para a inclusão e a representatividade de atletas com deficiência(s).
Eu que faço parte da tribo dos deficientes, após o grave acidente que sofri em 2003, ver o desempenho dos nossos paratletas é motivo de orgulho, e prova que somos capazes de superar obstáculos.
Luiz Thadeu Nunes e Silva, Eng. Agrônomo, Palestrante, cronista e globetrotter, o cidadão mais viajado do mundo com mobilidade reduzida, visitou 151 países em todos os continentes da terra. Autor do livro “Das muletas fiz asas”.
Membro do IHGM, Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. ABLAC, Academia Barreirinhense de Letras, Artes e Ciências, ATHEART, Academia Atheniense de Letras e da AVL, Academia Vianense de Letras, membro da ABRASCI.