Brasileiros deixam de iniciar faculdade para gastar com apostas e jogos de azar, aponta pesquisa

Levantamento mostrou que 35% dos interessados em fazer um curso superior em 2024 não começaram o curso por usar recursos com apostas

Os gastos com jogos de azar, como o jogo do tigrinho, têm levado muitos brasileiros a adiar ou desistir do ingresso no ensino superior. (Foto: Marília Mesquita/FolhaBV)
Os gastos com jogos de azar, como o jogo do tigrinho, têm levado muitos brasileiros a adiar ou desistir do ingresso no ensino superior. (Foto: Marília Mesquita/FolhaBV)

Uma pesquisa realizada pela Educa Insights entrevistou mais de 10 mil pessoas em todas as regiões do país e revelou que 35% dos brasileiros que pretendiam ingressar no ensino superior particular em 2024 não iniciaram os estudos devido a despesas com apostas online.

O levantamento foi conduzido entre os dias 19 e 26 de agosto de 2024 e teve como objetivo avaliar a relação entre o comportamento de apostas e o interesse em cursos de graduação.

O levantamento indicou que 50% dos entrevistados que apostam frequentemente demonstraram interesse em começar uma graduação. No entanto, entre os que tinham o plano de iniciar os estudos no segundo semestre de 2024, 31% disseram que os gastos com apostas poderiam prejudicar o início da faculdade.

A pesquisa também projeta impactos para 2025. Entre os entrevistados que desejam começar a graduação no próximo ano, 37% afirmam que precisarão reduzir ou interromper os gastos com apostas para conseguirem arcar com as despesas educacionais.

O estudo mostrou ainda que o impacto é mais significativo entre as classes de renda mais baixa. Entre as classes C2 e DE, com rendas médias de R$ 2.403,04 e R$ 1.087,77, respectivamente, a dificuldade de equilibrar os gastos com apostas e a educação é maior.

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