A Escola Itaú Cultural acaba de lançar o curso autoformativo “Festejos Populares: Cosme e Damião”, disponível gratuitamente na plataforma www.escola.itaucultural.org.br. O curso é voltado para o público em geral, educadores e estudiosos das artes, com aulas previamente gravadas e disponíveis por tempo indeterminado. Ministrado pelo antropólogo e pesquisador Lucas Bártolo, o conteúdo aborda a celebração dos santos gêmeos no Brasil, explorando a história da festa, sua relação com a infância e com os alimentos típicos.
Temas abordados no curso
Com uma carga horária de duas horas, o curso permite flexibilidade no cumprimento das aulas, podendo ser realizadas de acordo com a disponibilidade do participante. Os principais temas abordados incluem:
A relação entre festejos populares e a vida cotidiana.
As principais celebrações do ciclo das crianças.
A história e a devoção a Cosme, Damião e seu irmão Doum.
A importância dos alimentos nas celebrações e na cultura popular.
Ao concluir o curso, os participantes recebem um certificado emitido pela Escola Itaú Cultural, conforme o regulamento da instituição.
Cultura e Religiosidade
A devoção a Cosme e Damião é uma das mais expressivas tradições religiosas brasileiras, presente no catolicismo, candomblé, umbanda e até no santo-daime. Além de celebrar os santos gêmeos, o curso explora as diversas formas de comemorar a infância, como o Dia das Crianças, em 12 de outubro, e o Dia de Crispim e Crispiniano, em 25 de outubro. Também aborda os diferentes contextos culturais e a simbologia dos alimentos, como a distribuição de doces e o preparo de pratos como o caruru.
Comidas e o Imaginário Infantil
Além das aulas, o curso oferece um podcast que discute o papel das comidas nas festividades de Cosme e Damião em diferentes tradições culturais. A oferta de alimentos é um elemento central na sociabilidade das festas, destacando a importância da partilha, especialmente com as crianças.
A Tradição de Doum
Uma parte interessante do curso é dedicada à figura de Doum, o irmão de Cosme e Damião, e sua conexão com as tradições africanas e católicas. De origem iorubá, Idowú – nome que inspirou a figura de Doum – representa o filho nascido após gêmeos, sendo um elo entre as culturas de matriz africana e a devoção cristã.
Sobre o Professor Lucas Bártolo
Lucas Bártolo é graduado e mestre em ciências sociais pela UFRJ e doutorando em antropologia social pelo Museu Nacional da mesma universidade. Com especialização em antropologia da religião e da cultura popular, ele se dedica ao estudo das festas e da cultura material. Atua como pesquisador no Laboratório de Antropologia do Lúdico e do Sagrado (Ludens/UFRJ) e é editor assistente da revista científica Religião & Sociedade no Instituto de Estudos da Religião (ISER).