Alunos de 110 escolas municipais apresentam projetos em feira de iniciação científica

Participam da feira os alunos da Educação Infantil, Ensino Fundamental, Educação Especial, EJA, escolas Indígenas e do Campo de Boa Vista

São mais de 800 estudantes de 110 escolas participando da feira (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)
São mais de 800 estudantes de 110 escolas participando da feira (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

A partir desta terça-feira (17), inicia a 4a Feira de Iniciação Científica de Boa Vista (FEIC-BV). Serão três dias de evento, que acontece na Escola Municipal Palmira de Castro Machado, localizada no bairro Professora Araceli Souto Maior.

Os alunos da Educação Infantil, Ensino Fundamental, Educação Especial, Educação de Jovens e Adultos (EJA), escolas Indígenas e do Campo de Boa Vista produziram trabalhos com o tema “Biomas do Brasil: diversidade, saberes e tecnologias sociais”. Segundo a vice-presidente da comissão da FEIC-BV, Lilian Vieira, são mais de 800 estudantes de 110 escolas participando da feira.

“A feira acontece todos os anos e envolve crianças de creche, a partir dos dois anos, até o ensino fundamental. Mais de 300 trabalhos serão apresentados ao longo do evento, todos com cunho científico, alinhados ao tema da 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia”, explicou.

Vice-presidente da comissão da FEIC-BV, Lilian Vieira (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

Lilian enfatizou a importância de inserir a ciência nas salas de aula e na vida dos alunos desde a infância. “Tudo o que temos na nossa sociedade partiu de uma pesquisa científica, então é muito importante que eles tenham esse contato desde novos. A gente espera que essas experiências aumentem o repertório de conhecimento deles”, acrescentou.

Professora Luziane Sousa, da Escola Municipal Estrelinha Mágica (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

Os estudantes da professora Luziane Sousa, da turma do 1° período da Escola Municipal Estrelinha Mágica, localizada no bairro Doutor Silvio Leite, apresentaram sobre a importância das abelhas na sociedade. Segundo ela, o tema do projeto foi sugerido por um dos alunos e, ao longo de dois meses, foram realizadas algumas experiências em sala de aula.

“Fizemos experiências usando materiais reciclados e também fizemos receitas para vender as comidas e incentivar a geração de renda com o mel. Com o dinheiro arrecadado, vamos comprar as lembrancinhas para o Dia das Crianças. Ainda tentamos ir a um apiário, mas não conseguimos. Foi um projeto muito importante para eles entenderem a importância das abelhas e como elas estão ligadas à nossa sobrevivência”, disse a professora.

Aysha Vitória, de 4 anos, explicou como funciona o trabalho das abelhas e por que é importante cuidar delas: “Quando as abelhas saem da colmeia, vão para a florzinha e chupam todo o néctar dela. Elas voltam para a colmeia e deixam o néctar no favo, onde fica o mel. Se a gente mata as abelhas, não vamos ter mais alimento e vamos morrer”.

Já a turma do professor de língua materna Wapichana, Agnaldo Pereira, da Escola Municipal Indígena Francisca Gomes Da Silva, na comunidade Serra Do Truarú, zona rural de Boa Vista, falou sobre a damurida.

A ideia de estudar o prato típico da cultura Wapichana surgiu após o educador perceber que os moradores da região não têm consumido mais damurida como antes e, por isso, a geração atual tem perdido, aos poucos, o conhecimento sobre a própria cultura.

“Hoje, na nossa comunidade, a natureza é bem preservada e tiramos nossos alimentos de lá. Tem muita coisa da cultura indígena que pode ser estudada. Se tiver mais incentivo à pesquisa e fornecerem materiais, sai uma maravilha de estudos da nossa comunidade. Tem muitas coisas interessantes, sobre a damurida, por exemplo, que poucas pessoas sabem”, afirmou o professor.

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