Polícia

Vestindo vermelho, mulher é agredida verbalmente em lotação

O motorista, que se declarou eleitor do candidato Jair Bolsonaro (PSL), xingou e expulsou a pedagoga Josiane Monteiro de dentro do veículo

A pedagoga Josiane Monteiro, acompanhada da mãe, foi vítima de agressão verbal nesse domingo, 28, por parte de um motorista de lotação identificado com a credencial de número 665.

Após sair da zona eleitoral onde vota, no bairro Asa Branca, Josiane se dirigiu a uma parada com a mãe para esperar o transporte público. Enquanto esperavam, ela relatou que a mãe começou a conversar sobre política com outra mulher. Com a chegada do lotação, a mãe se despediu da mulher desejando boa sorte para ambas e entrou no lotação.

De acordo com Josiane, quando entraram no lotação foram surpreendidas com a reação do motorista. “‘Boa sorte uma ova! Boa sorte seria para o Bolsonaro e para o Denarium. ‘Aqui entrou, chorou! E ficou repetindo isso”, relatou a denunciante.

Ainda segundo a pedagoga, a mãe então pediu que o motorista seguisse a viagem em silêncio por se sentir atormentada. “Nessa hora ele fechou o punho e disse ‘aqui é Bolsonaro’ e ficou batendo de forma violenta no volante, repetindo ‘aqui é Bolsonaro’. Ele nos chamou de cachorras, vacas e eleitoras do Haddad. Acredito que a motivação da agressão foi por eu estar de vestido vermelho. Disse também que se a gente tinha votado errado, o carro dele era o carro pra chorar, porque ele é Bolsonaro”, destacou.

Josiane contou que a mãe começou a passar mal e falou ao condutor que o denunciaria aos órgãos responsáveis. “Ele disse que queria ver quem ia parar ele e parou o carro próximo da Escola Major Alcides e nos mandou sair do veículo, ainda no bairro Asa Branca. Nós descemos, entramos em outro lotação e seguimos para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para realizar denúncia contra ele”, disse.

A pedagoga lembrou que dia 28 de outubro é comemorado o Dia do Funcionário Público e criticou o motorista. “Como colocam pessoas desequilibradas como ele para exercer uma função pública e agredir mulheres por conta de campanha eleitoral? Minha mãe pediu para que ele seguisse a viagem calado e ele ficou gritando o nome do candidato dele dando murro no volante”, enfatizou.

Além do TRE, Josiane formalizou denúncia junto ao Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) e ainda tenta denunciar o caso junto à Empresa de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Emhur), onde não conseguiu atendimento até o momento. Ela explicou que também vai levar o caso à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM).

EMHUR – A reportagem da Folha enviou demanda para Empresa de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Emhur), mas até o fechamento da reportagem, às 18h30, nenhum retorno tinha sido enviado à redação. (A.G.G.)