O Ministério da Saúde pretende ampliar o número de médicos no território Yanomami, em Roraima, com a meta de fechar 2024 com pelo menos 80 profissionais na região. Atualmente, cerca de 1.500 trabalhadores da saúde estão atuando no local, um crescimento em relação aos 690 que estavam em serviço no início de 2023.
A contratação desses profissionais faz parte de um processo seletivo conduzido pela Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) e pela Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS (AgSUS). Em agosto, 129 contratos foram assinados, e até o final do mês, mais 200 profissionais deverão ser incorporados ao quadro.
Entre os novos contratados, estão 15 médicos especialistas, conforme a proposta de priorizar assistência especializada. O processo também inclui ginecologistas, obstetras, pediatras, infectologistas, médicos da família e outros profissionais de saúde, visando melhorar o atendimento à população Yanomami.
O secretário de Saúde Indígena, Weibe Tapeba, explicou que, no início da emergência de saúde no território, havia apenas quatro médicos atuando. Atualmente, o número aumentou para 39. “Estamos buscando garantir um atendimento integral para evitar a remoção de pacientes para Boa Vista”, disse Tapeba.
Segundo o Ministério da Saúde, a reabertura de sete polos de atendimento, que estavam desativados, devolveu a assistência a cerca de 5.200 indígenas. Além disso, foi divulgada a redução de 33% no número de óbitos no primeiro trimestre de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023, com destaque para a queda nos casos de malária, desnutrição e infecções respiratórias graves.
A Terra Indígena Yanomami, que ocupa 10 milhões de hectares e abriga mais de 380 comunidades e cerca de 30 mil indígenas, enfrenta uma crise de saúde agravada pelo garimpo ilegal. O Ministério da Saúde informou que tem reforçado a equipe e dobrado os investimentos em ações de saúde para enfrentar a situação.