Servidores estaduais cobram retroativo de revisão para janeiro de 2024, afirma diretor do Sintraima

Expectativa do sindicato é que o retroativo fosse para o começo do ano, para manter a isonomia junto aos demais poderes

Antônio Leal, diretor do Sintraima (Foto: Rádio FolhaBV)
Antônio Leal, diretor do Sintraima (Foto: Rádio FolhaBV)

Depois de uma série de cobrança dos trabalhadores, o governador Antonio Denarium (Progressistas) anunciou o reajuste salarial de 4,62% dos servidores do Estado, com previsão de que a revisão passe a valer já a partir do mês de outubro, caso o projeto de lei seja aprovado na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR).

Na coletiva de imprensa que anunciou o reajuste, o governador informou que a medida previa o efeito retroativo para 01 de setembro de 2024. No entanto, a categoria dos servidores estaduais cobra para que o retroativo seja desde janeiro deste ano.

As informações foram concedidas pelo diretor administrativo do Sindicato dos Trabalhadores Civis Efetivos do Poder Executivo do Estado de Roraima (Sintraima), Antônio Leal, durante entrevista ao programa Agenda da Semana na Rádio Folha 100.3 FM neste domingo, 22.

O diretor explicou que o Sintraima representa mais de 6 mil servidores técnicos e administrativos da administração direta e indireta do Estado, mas que sempre cobram que o administrador público trate todos os trabalhadores de forma igual.

Outro ponto levantado pelo diretor é que o entendimento do sindicato é que não se trata de um reajuste salarial, mas sim de uma revisão geral anual para repor o impacto da inflação para uma parcela dos servidores que ainda não foi beneficiada.

“Recebemos agora na última sexta-feira a notícia de que o governador anunciou o ‘reajuste salarial’. Mas o Sintraima reconhece como ‘revisão geral anual’, para amenizar a perda salarial que o trabalhador teve. Claro que gostaríamos que essa revisão fosse dada junto ou linearmente no mesmo período que os demais já tiveram. Nós queríamos isso. Tem que tratar os iguais como iguais”, declarou.

Isso ocorreu em razão do outro reajuste salarial aprovado em março deste ano, onde foram aprovados reajustes para servidores do Poder Judiciário, Tribunal de Contas do Estado (TCE) e Defensoria Pública Estadual (DPE) também de 4,62%.

O diretor explica que na época, o Poder Executivo alegou que tinha ‘estourado o limite’ para conceder a revisão aos demais servidores do quadro geral de maior número. O diretor afirma que entende o impacto na folha de pagamento da revisão, mas que é preciso atender todos os trabalhadores do Estado de forma igualitária.

“Esses servidores são pais de família também, tem suas obrigações. Tem seus direitos e infelizmente, esses direitos vêm sendo cessados. Alguns poderes já tiveram reajuste no início do ano, mas o quadro geral não teve. O quadro geral realmente dá o impacto na folha de pagamento, que o Estado sente dificuldade de fazer esse trabalho de revisão”, completou.

O diretor reforçou ainda o agradecimento ao governador Antonio Denarium por conceder a revisão, considerando que era um pedido dos servidores públicos do Estado. “A gente não pode ser ingrato, tem que agradecer pelo entendimento do Governo do Estado que fez um trabalho para equilibrar as contas e poder dar esse reajuste, mas temos uma revisão desigual”, avaliou.

Porém, Leal destaca que a revisão para o servidor do quadro geral vai ser repassada somente em outubro e a expectativa do Sintraima é que o retroativo fosse a janeiro de 2024, para manter a isonomia junto aos demais poderes. 

“Se o reajuste fosse concedido para todos no mês de setembro, seria perfeito. Em janeiro, perfeito. Mas não essa questão de dar um reajuste para uns e outros não. Ainda vem aquela questão de que os outros poderes têm orçamento próprio, mas eu digo que o orçamento de todos só sai de um cofre: o cofre do Estado de Roraima. Que é alimentado pelos trabalhadores e servidores executando os projetos que tem junto ao Estado, então nada mais justo que conceder aquilo que é de direito”, acrescentou.

Confira a entrevista na íntegra: