O povo indígena Wapichana celebrou, nesta terça-feira (24), o lançamento da Gramática Pedagógica da Língua Wapichana, evento realizado na Comunidade Indígena Tabalascada, no município de Cantá (RR).
A iniciativa é fruto de uma parceria entre o Museu do Índio, da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), e lideranças indígenas, com o objetivo de fortalecer e revitalizar a língua Wapichana para as futuras gerações e contribuir com a educação nas escolas indígenas.
Joenia Wapichana, presidenta da Funai, destacou que a preservação das línguas indígenas é essencial para garantir que culturas e saberes sejam perpetuados.
“Estamos retornando os trabalhos para que a Funai seja mais presente nas comunidades e caminhe ao lado dos povos indígenas para que projetos iguais a esse não sejam apenas uma novidade, mas sejam mais frequentes”, afirmou.
A gramática pedagógica busca atender à diversidade dos falantes da língua Wapichana, promovendo o fortalecimento da identidade cultural do povo. Fernanda Kaingáng, diretora do Museu do Índio, celebrou o esforço coletivo na criação da gramática.
“Cultura viva é o que nos garante direito a território. A cada duas semanas desaparece uma língua no mundo, são línguas indígenas, são as nossas línguas”, ressaltou.
A professora Wanja Sebastião, que participou do desenvolvimento da gramática, relembrou a contribuição de Wendy Wapichana, falecida durante a pandemia, que foi fundamental no processo de criação.
“Hoje, ela não está conosco, mas sempre estará em nossa história e memória”, comentou.
Além de lideranças indígenas e educadores, o evento contou com a presença de representantes da Funai, do Ministério da Educação (MEC), da Secretaria de Educação do município de Cantá e de outras instituições ligadas à causa indígena.