Confira as principais diferenças entre consórcio e financiamento e saiba qual é a melhor opção

Entenda quais as diferenças e qual é melhor para o bolso

Na hora de adquirir um bem de alto valor, como um imóvel ou veículo, surge a dúvida: consórcio ou financiamento? (Foto Raisa Carvalho)
Na hora de adquirir um bem de alto valor, como um imóvel ou veículo, surge a dúvida: consórcio ou financiamento? (Foto Raisa Carvalho)

Na hora de adquirir um bem de alto valor, como um imóvel ou veículo, surge a dúvida: consórcio ou financiamento? Apesar de ambas serem opções comuns, elas funcionam de maneiras distintas. O professor Max Bianchi Godoy, do curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário de Brasília (CEUB), esclarece as diferenças e destaca os pontos a serem considerados para escolher a melhor opção de acordo com o perfil do comprador.


Principais diferenças
No financiamento, o consumidor obtém um empréstimo de uma instituição financeira, recebe o bem imediatamente e começa a pagar as parcelas, que incluem os juros. “O financiamento oferece a vantagem da posse imediata do bem, mas com o ônus de um custo total elevado devido aos juros, especialmente em contratos longos”, afirma Godoy.
Já no consórcio, o consumidor participa de um grupo onde paga parcelas mensais para formar um fundo comum, sem a incidência de juros, apenas com uma taxa administrativa. O bem é adquirido quando o consorciado é sorteado ou ao dar o maior lance. “A ausência de juros faz do consórcio uma opção atraente para quem pode esperar pela contemplação, apesar da incerteza de quando será possível adquirir o bem”, destaca o especialista.


Vantagens e desvantagens

A escolha entre consórcio e financiamento depende, principalmente, do momento em que o consumidor deseja ter o bem e de sua capacidade financeira. O consórcio pode ser mais vantajoso para quem busca planejamento a longo prazo e não deseja se endividar de imediato, pois o valor total pago tende a ser menor. “No consórcio, como não há juros, o custo final é mais baixo, sendo ideal para quem pode aguardar”, explica Godoy.
Por outro lado, quem deseja o bem de forma imediata pode preferir o financiamento, mesmo sabendo que o custo final será mais alto devido aos juros. “No financiamento, os juros podem ser bastante elevados, e isso pode pesar significativamente no orçamento final, especialmente em financiamentos de longo prazo”, acrescenta o professor.


Prazos e flexibilidade

O consórcio oferece mais flexibilidade em termos de lances, permitindo que o consumidor possa antecipar a contemplação. Entretanto, os prazos são fixos pelo grupo e a aquisição do bem pode demorar. “Já no financiamento, os prazos são mais flexíveis e há a possibilidade de renegociação, mas sempre com o acréscimo de juros”, aponta Godoy. Em ambos os casos, atrasos nos pagamentos geram multas e penalidades, o que requer atenção e disciplina financeira.
desistência e penalidades
Caso o consumidor decida desistir antes de ser contemplado no consórcio, ele tem direito a receber os valores pagos, mas somente após o encerramento do grupo e sem o reembolso imediato das taxas administrativas. No financiamento, a desistência pode ser mais onerosa, podendo resultar na perda do bem e na aplicação de multas contratuais severas, além da negativação do nome em caso de inadimplência.


A importância de comparar opções
Godoy reforça a importância de verificar se a administradora do consórcio ou a instituição financeira responsável pelo financiamento está autorizada pelo Banco Central, além de analisar cuidadosamente as taxas e serviços oferecidos. No caso de financiamentos, é fundamental comparar as taxas de juros e ler atentamente o contrato.
No que diz respeito à tributação, no consórcio, ela ocorre na aquisição do bem. Já no financiamento, além dos mesmos impostos, os juros pagos também impactam as declarações fiscais.
Por fim, o professor do CEUB ressalta que “ao entender as duas formas de aquisição, é essencial avaliar qual se alinha melhor ao perfil e às necessidades do comprador”. Seja com planejamento de longo prazo no consórcio ou com a aquisição imediata via financiamento, a decisão deve ser feita com cautela, considerando o impacto financeiro de cada modalidade.

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