AFONSO RODRIGUES

Fortaleça sem lutas

“Não se pode favorecer a fraternidade humana, encorajando a luta de classes”. (Abraham Lincoln)

Chega de brigas, gritarias e guerras. Chega, mas não vai chegar. Continuamos títeres e marionetes dos donos dos outros, esquecedores de si mesmos. Continuamos sem entender os que pensam dentro da racionalidade. O Lincoln, por exemplo, disse essa frase quando ainda estava na política dos Estados Unidos, em 1860. Desde então nada fizemos para, pelo menos, refletir sobre a grandeza da frase. Em 1910 o médico carioca, Miguel Couto, também disse: “No Brasil só há um problema nacional, é a educação do povo”. Mais de um século já se passou, depois da fala do médico, e ninguém acordou para a veracidade. Continuamos achando que, tanto o Lincoln quanto o Miguel Couto eram meros sonhadores. Ainda não nos educamos o suficiente para entender o quanto deveríamos nos educar. E continuamos iguais a trogloditas, esperneando, gritando, e destruindo até mesmo a nós mesmos.

A cada época de eleição percebemos o quanto ainda estamos atrasados no nosso desenvolvimento racional. Ainda não percebemos o quando ainda estamos despreparados para escolher nossos representantes no poder público. Ainda não entendemos que somos nós eleitores chamados de cidadãos, que pagamos aquelas bandeirinhas colocadas à beira das estradas, como propaganda dos sonhadores com a riqueza. Vamos acordar e sermos realmente cidadãos educados. E só o seremos quando os dirigentes públicos entenderem que necessitamos de educação para sermos educados. Só quando educados deixaremos de ver a política como a maior fonte de riqueza. Só quando entendermos que realmente somos nós, eleitores, os responsáveis pela qualidade da nossa política. Que política é coisa séria e nunca a será enquanto for construída por eleitores despreparados para eleger. E só quando nos prepararem seremos realmente cidadãos. Só quando formos às urnas como eleitores com um dever, e não com uma obrigação. Não há democracia sem voto facultativo.

Nada de arrufos. Apenas amadureça politicamente e se sinta capaz de garantir o futuro do Brasil com a liberdade do nosso voto, que só será possível com uma educação condizente com a democracia. E somos nós, eleitores, que fazemos e mantemos o nível da política. Então vamos parar de gritar, e fazer o melhor para acordar os responsáveis pela nossa educação. Porque se não nos educarem nunca seremos cidadãos nem cidadãs do Brasil que continua sofrendo silenciosamente, os efeitos da ignorância política. converse com seu candidato sobre isso. Mas não vá além da conversa. Política se faz, não se discute. Pense nisso.

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