Cotidiano

Bombeiros orientam banhistas para evitarem acidentes

Um dos mais recorrentes envolve pessoas que fazem os chamados ‘mergulhos de cabeça’, levando, o acidentado, a ter inúmeras fraturas, incluindo o trauma raquimedular

Com a chegada do verão, aumenta o número de pessoas que procuram se refrescar nos balneários, praias e piscinas. Consequentemente, também aumentam os riscos de acidentes nestes locais. Um dos mais recorrentes envolve pessoas que fazem os chamados ‘mergulhos de cabeça’, levando o acidentado a ter inúmeras fraturas, incluindo o Trauma Raquimedular (TRM).

O TRM é uma lesão traumática da coluna vertebral com associação de lesão medular que pode ser completa, em que há perda total da função motora e sensorial abaixo do local onde ocorre a lesão, ou incompleta, em que essa perda é parcial. Infelizmente, ainda não existe um tratamento que reverta os danos provocados. No entanto, é possível prevenir que os acidentes aconteçam.

Em Roraima, as áreas de rio são dinâmicas. Dinamismo este que pode ser constatado pelo nível do rio. Assim como uma pequena chuva já o deixa mais cheio, um dia de sol o deixa mais seco. O mesmo acontece com o solo. Segundo o comandante da Companhia de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros, tenente Assis Santos, o TRM ocorre pelo fato de as pessoas não terem noção da mudança repentina dos rios e igarapés.

Para o tenente, a principal orientação é simples: evitar, de qualquer forma, fazer saltos de cabeça. “Temos atendido ocorrências deste tipo em banhos mais distantes, na região do Água Boa, e em alguns balneários de igreja ou até mesmo particulares. Nesses casos, nossa preocupação gira em torno da cervical da vítima, porque normalmente não há guarda vidas nesses locais. Pegar a vítima de forma errada, compromete ainda mais a situação”, disse.

Em locais que não dispõem de profissionais capacitados, o ideal é que o proprietário possa demarcar uma área de banho, e que essa área esteja no máximo na altura do umbigo. Além disso, Santos reforçou que sejam evitados saltos de árvores ou criar trampolins, justamente pela problemática do rio ora estar cheio, ora estar seco. “Uma criança, por exemplo, pode não perceber a diferença de profundidade quando o rio estiver seco e só pular”, alertou.

Santos relatou ainda que há acidentes desta natureza que não chegam a ocorrer em contato com fundo. Em razão das correntezas das águas, pode acontecer de algum tronco se locomover e ficar justamente no local em que as pessoas estão fazendo salto. “A maioria das vítimas são adolescentes entre 12 a 22 anos. Começam brincando mesmo, mas não se pode confiar”, concluiu.

DADOS – Conforme registros da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), 46 afogamentos foram contabilizados no Estado nos últimos quatro anos. O maior registro ocorreu em 2015, com 18 afogamentos. Este ano, 11 afogamentos foram registrados até o dia 8 de outubro. O órgão, no entanto, não dispõe de mais detalhes sobre a natureza dos afogamentos. (A.G.G)